Deputada Tábata Amaral, após aplicação do tarifaço e da Lei Magnistsky em ministro, diz que Trump busca proteger as redes sociais e que o cidadão é que mais vai perder
Deputada morou nos EUA e estudou em universidade norte-amaricana
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(Brasília-DF, 31/07/2025). A deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), na noite dessa quarta-feira, 30, fez uma longa postagem de vídeo em suas redes sociais avaliando que a decisão do presidente Donald Trump de aplicar tarifas no Brasil e da sanção pela Lei Geral Magnitsky busca, na verdade, beneficiar o grande negócio do planeta, as redes sociais e as grandes plataformas digitais e que o brasileiro comum é que será, na prática, o grande perdedor.
“As tarifas de 50% e a Lei Magnitsky são só a ponta do iceberg. O plano de Trump contra o Brasil tem um objetivo. Quem mais tem interesse nele são as Big Techs. E a principal vítima é você.”, disse.
Confira o texto da postagem:
“O Donald Trump ataca os produtos brasileiros e o PIX, com o apoio do Bolsonaro, pra defender o lucro das empresas americanas. Ah, mas o Brasil não é tão importante assim. Nossa economia é muito menor que a dos Estados Unidos.
O Trump tem outras prioridades. É verdade que a gente não tá no topo da tabela quando o assunto é balança comercial, volume de exportação, PIB per capita. Mas esses índices escondem o que tá por trás da economia do século XXI.
As big techs. As gigantes da tecnologia que controlam a internet e o mercado digital. O ouro do século XXI são os dados.
Não esses. Seus dados. As informações que essas empresas coletam e usam pra vender anúncios, serviços, produtos e também mentira, manipulação e golpe.
Mas isso é tema pra outro vídeo. O que interessa é que quando o assunto é economia digital, o Brasil é um gigante. O brasileiro passa muito tempo nas redes sociais.
A média mundial é de seis horas e meia por dia. Aqui são nove horas e meia. Isso faz do Brasil um dos maiores mercados do mundo.
Pra Google, Facebook, Amazon. Nada menos que 99% dos brasileiros online usam WhatsApp. E aí a gente chega onde eu queria.
Você já ouviu falar do WhatsApp Pay? É o sistema de pagamento do WhatsApp pra fazer transferências dentro do app. Se você não conhece, é porque você não precisa. Você já usa um método melhor.
O Pix. Ele não precisa de cartão. É gratuito, instantâneo e cai entre nós.
Ele não está numa plataforma lotada de golpistas de perfil falso, de cobrança, de gente se passando por parentes pedindo dinheiro. O Pix impediu que serviços americanos como WhatsApp Pay, Google Pay, Apple Pay e PayPal dominassem o mercado brasileiro de pagamentos digitais. Ele já movimentou 60 trilhões de reais em transações desde a sua criação.
Foram 26 trilhões só em 2024. Agora vamos pensar aqui o que aconteceria se em vez do Pix, o Brasil todo tivesse adotado o WhatsApp Pay. Como acontece com qualquer empresa de tecnologia, depois de estabelecer monopólio, o WhatsApp ia passar a cobrar.
Ou você acha que ia ser de graça pra sempre? Se essa taxa fosse de 1%, que é menos do que Visa e Mastercard cobram na maquininha, os 26 trilhões de reais movimentados pelo Pix ano passado renderiam 260 bilhões pra empresas americanas. Pra você ter uma ideia, dava pra bancar o pé de meia por 20 anos. Agora, e se outros países seguirem o Brasil e começarem a criar sistemas próprios? E se o Brasil transferir tecnologia pros vizinhos da América Latina e África criarem seus próprios Pix? Entendeu agora por que Donald Trump está atacando o Pix? Entendeu por que o Brasil é tão importante nessa história? Além do lucro, tem a questão dos dados.
O WhatsApp é da mesma empresa, do Facebook e do Instagram. Imagina uma só empresa estrangeira controlar as plataformas que você usa pra conversar, se distrair, ler notícia, debater política, consumir propaganda, adquirir produtos. E essa mesma empresa controlar o seu método de pagamento.
Saber exatamente o que você compra, como você gasta seu dinheiro, quanto você tem guardado. É por isso que os dados são o ouro do século XXI. É por isso que Donald Trump tenta forçar o Brasil a abandonar o Pix e adotar sistemas de pagamento controlados pelos bilionários da tecnologia.
Eles foram tão importantes pra eleição do Trump que o vice dele, J.D. Vance, foi escolhido pelo fundador do Paypal. Essa história eu explico melhor no próximo vídeo. Até porque tá chegando a hora de falar sobre as batalhas que a gente vai ter que enfrentar pra proteger a nossa liberdade e a nossa soberania digital.
É o nosso futuro que tá em jogo. E outros países, inclusive os Estados Unidos, já entenderam isso. Se o Brasil não agir agora, vai ser tarde demais.”
( da redação com informações de redes sociais com IA. Edição: Política Real)