31 de julho de 2025
MERCADOS

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em alta e no Brasil atenção para de divulgação do resultado do setor público de junho

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Por Política Real com assessoria
Publicado em
Mercados em alta Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 31/07/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em alta e no Brasil será dia de divulgação do resultado do setor público de junho, com expectativa de déficit de R$ 43,1 bilhões.

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Nesta quinta-feira, os futuros de ações nos EUA sobem (S&P 500: +0,9%; Nasdaq 100: +1,3%) impulsionados pelos resultados de Microsoft e Meta divulgados ontem após o fechamento do mercado. As duas gigantes do setor tecnológico avançam cerca de 8% e 12% no pré-mercado, respectivamente, após resultados acima do esperado. Microsoft destacou o forte desempenho da Azure, com receita anual acima de US$ 75 bi, enquanto a Meta surpreendeu positivamente nas projeções para o 3T. Hoje, Amazon e Apple divulgam seus números após o fechamento.

Na Europa, os mercados operam em leve alta (Stoxx 600: +0,1%) com foco nos balanços e nos dados de inflação regional. Shell, AB InBev, Sanofi, Credit Agricole, Renault e outras empresas divulgaram resultados nesta manhã. AB InBev subiu após lucro acima do esperado, com destaque para a recuperação das vendas nos EUA. A Shell também superou estimativas, apesar da queda anual nos lucros.

Na China, os mercados fecharam em queda (CSI 300: -1,8%; HSI: -1,6%). A pressão veio da falta de estímulos adicionais e da preocupação com o impacto das tarifas anunciadas pelos EUA sobre importações da região, incluindo penalidades específicas contra Coreia do Sul e Índia. O sentimento também foi afetado pela ausência de sinalizações claras de política monetária por parte do Banco do Japão.

Economia

Nos Estados Unidos, o relatório do ADP mostrou a criação de 104 mil vagas de emprego no setor privado, em linha com o esperado, mostrando resiliência do mercado de trabalho. Finalmente, o governo norte-americano confirmou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas apresentou uma lista de exceções que representa em torno de 33,5% do total de produtos exportados pelo Brasil. Espera-se que as tarifas mais elevadas reduzam as exportações em R$ 4 bilhões, afetem o crescimento do PIB em 0,15 p.p. e tenham impacto modesto e temporário sobre a inflação.

IBOVESPA +1,0% | 133.990 Pontos.  CÂMBIO +0,36% | 5,59/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira em alta de 0,95%, aos 133.990 pontos. O desempenho positivo refletiu a redução dos riscos ligados à política comercial, após o governo dos EUA anunciar uma série de isenções à tarifa base de 50% previamente anunciada sobre produtos brasileiros — beneficiando especialmente companhias impactadas pelas tarifas. O dia também foi marcado por decisões de juros no Brasil e nos EUA, ambas em linha com o esperado. O Copom manteve a taxa Selic em 15,00%, enquanto o FOMC manteve os juros entre 4,25% e 4,50%.

A Embraer (EMBR3, +10,9%) liderou os ganhos, já que a companhia estava entre as mais afetadas pelas tarifas e a lista de isenções inclui aeronaves civis. Na ponta oposta, RD Saúde (RADL3, -2,2%) seguiu em tendência de queda, acumulando baixa de 10,4% em julho.

Nesta quinta-feira, os destaques da temporada de resultados do 2T25 incluem CSN Mineração, Gerdau, Irani, Marcopolo, Mercado Livre e Vale. No cenário internacional, os holofotes se voltam para os balanços de Amazon, Apple e Exelon.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com abertura da curva. Nos EUA, os juros futuros subiram após o PIB do segundo trimestre crescer 3%, acima da projeção do mercado de 2,3%. A decisão de política monetária do Fed veio acompanhada de um discurso firme de Jerome Powell, que destacou a força do mercado de trabalho e indicou que a atividade econômica ainda não está sendo contida pela política monetária mais restritiva. No Brasil, os juros acompanharam a alta dos títulos soberanos e refletiram a cautela dos investidores diante da possível imposição de tarifas nesta sexta-feira, o que aumentou a incerteza e pressionou a curva de juros local. Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,92% (+0,2bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,23% (+7,4bps); DI jan/29 em 13,42% (+4,7bps); DI jan/31 em 13,64% (+2,9bps).

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) fechou a quarta-feira em queda de 0,19%, registrando a terceira desvalorização consecutiva. Os FIIs de Tijolo foram o destaque negativo da sessão, com recuo médio de 0,30%, enquanto os FIIs de Papel apresentaram desempenho praticamente estável, com variação média de 0,02%. As maiores altas do dia foram BTAL11 (2,6%), RBRX11 (1,7%) e BRCR11 (1,6%), enquanto as principais quedas ficaram com TRBL11 (-4,6%), HGRE11 (-2,7%) e PMLL11 (-2,3%).

No Brasil, o Copom manteve as taxas de juros em 15%, conforme amplamente esperado, e trouxe um comunicado pós-reunião com poucas mudanças em relação ao anterior, evitando qualquer mensagem considerada dovish. Nossa avaliação é que a Selic deve ser mantida no atual patamar até o final do ano. O governo central registrou déficit de R$ 44,3 bilhões em junho, um pouco abaixo do esperado pelo mercado. O resultado foi puxado pelo forte aumento de despesas previdenciárias. Apesar disso, vemos o governo cumprindo a meta deste ano, mas haverá necessidade de um bloqueio adicional de R$ 5 bilhões para cumprir o limite de despesas.

Na agenda do dia, destaque para a divulgação do deflator dos gastos de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos, indicador mais acompanhado pelo Fed. A expectativa é de alta de 2,5% para o indicador cheio e de 2,7% para o núcleo. Também haverá a divulgação dos dados semanais de pedidos de auxílio desemprego.

No Brasil, teremos a divulgação do resultado do setor público de junho, com expectativa de déficit de R$ 43,1 bilhões, e dos dados de mercado de trabalho da Pnad contínua, que deve mostrar desemprego em 6,0%.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)