31 de julho de 2025
Brasil e Economia

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil os dados de vendas no varejo (PMC) de abril

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Mercados globais em queda

(Brasília-DF, 12/06/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil, os destaques da agenda econômica serão os dados de vendas no varejo (PMC) de abril no Brasil.

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Nesta quinta-feira, os futuros dos Estados Unidos operam em queda (S&P 500: -0,5%; Nasdaq 100: -0,4%), após o S&P 500 encerrar uma sequência de três altas consecutivas. O recuo acontece em meio à cautela com a política comercial entre EUA e China, à espera de mais dados de inflação e após falas contraditórias do presidente Donald Trump sobre tarifas.

As Treasuries operam estáveis nesta manhã, com a taxa do título de 10 anos praticamente estável, enquanto os papéis de 2 e 30 anos também apresentam variações marginais, refletindo o compasso de espera dos investidores.

Na Europa, as bolsas recuam (Stoxx 600: -0,8%) com destaque para o setor de viagens, pressionado após a notícia de um acidente aéreo na Índia. O FTSE 100 operava próximo à estabilidade após dados mostrarem contração de 0,3% da economia britânica em abril. Em destaque positivo, a holandesa BE Semiconductor sobe 7,3% após elevar suas projeções de longo prazo.

Na China, os mercados fecharam sem direção única (CSI 300: estável; HSI: -1,1%) em meio à incerteza sobre a efetivação do acordo comercial anunciado entre EUA e China. Trump afirmou que as tarifas sobre produtos chineses chegarão a 55%, enquanto o secretário de Comércio, Howard Lutnick, indicou que os níveis atuais serão mantidos, aumentando a confusão entre os investidores.

Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor subiu ligeiramente em maio, refletindo preços de gasolina mais baixos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,1% em relação a abril, abaixo da expectativa de mercado de 0,2%. Com isso, a inflação atingiu 2,4% no acumulado dos últimos 12 meses. A medida de núcleo do CPI – que exclui os itens voláteis de alimentos e energia – também subiu 0,1% em maio, levando a uma variação anual de 2,8%. Apesar do alívio nos últimos meses, a inflação americana deve acelerar nas próximas divulgações, refletindo o impacto da elevação de tarifas.   

Os preços do petróleo subiram mais de 4% ontem, atingindo o patamar mais alto em mais de dois meses (para US$ 69,7 por barril do tipo Brent). Esse movimento refletiu relatos de que o governo dos EUA estaria se preparando para evacuar sua embaixada no Iraque devido às crescentes tensões geopolíticas no Oriente Médio. As cotações mais elevadas também ecoaram as notícias de um acordo comercial entre EUA e China, que poderia impulsionar a demanda por energia em suas economias. Além disso, os estoques de petróleo bruto dos EUA recuaram em 3,6 milhões de barris na semana passada, enquanto analistas de mercado previam uma redução de 2 milhões de barris.   

Nos Estados Unidos, o CPI de maio registrou uma alta de 0,1% em relação a abril, abaixo do esperado pelo mercado, o que reforçou as expectativas de que o Federal Reserve inicie o ciclo de cortes de juros em setembro. Além disso, os acordos preliminares entre Estados Unidos e China trouxeram certo alívio para os mercados, contribuindo para a queda nas taxas. Na curva americana, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,95% (-7,71bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,42% (-5,35bps). Na curva local,  o DI jan/26 encerrou em 14,89% (+4,9bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,24% (+9,5bps); DI jan/29 em 13,57% (+3,1bps); DI jan/31 em 13,7% (- 2,2bps).

IBOVESPA +0,5% | 137.128 Pontos.   CÂMBIO -0,6% | 5,54/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira em alta de 0,5%, aos 137.128 pontos, na contramão dos mercados globais, que tiveram um dia negativo (S&P 500, -0,3%; Nasdaq, -0,4%).

O desempenho positivo do índice foi impulsionado principalmente pelas petroleiras, que lideraram as altas do dia, como Petrobras, Brava e PetroReconcavo (PETR3, +2,9%; PETR4, +3,3%; BRAV3, +3,0%; RECV3, +2,7%), em resposta à forte alta dos preços do petróleo (Brent, +4,3%) após uma escalada nas tensões entre EUA e Irã, com Trump expressando dúvidas sobre a possibilidade de um acordo nuclear entre os dois países. Já o destaque negativo foi Gerdau (GGBR4, -3,7%; GOAU4, -3,9%), que devolveu parte dos ganhos de 6,4% registrados na segunda-feira após uma elevação de recomendação por um banco de investimentos. 

Nesta quinta-feira, os destaques da agenda econômica serão os dados de vendas no varejo (PMC) de abril no Brasil e a inflação ao produtor (PPI) de maio nos EUA.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quarta-feira com movimentos mistos ao longo da curva, com destaque para a abertura nos vencimentos intermediários – horizonte relevante para a política monetária. No Brasil, o foco continuou nas dificuldades do governo na área fiscal, com os agentes precificando a possibilidade de as medidas propostas em relação ao IOF não serem aprovadas, o que indicaria a necessidade de uma Selic mais alta adiante. Vale destacar que a maior aversão ao risco também atingiu as taxas de juros reais, que se negociaram acima dos 7,5% também nos títulos de médio prazo.

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) fechou a quarta-feira com alta marginal de 0,02%. Com isso, o IFIX acumula queda de 1,55% no mês, afastando-se ainda mais da máxima histórica recente. O destaque negativo da sessão foram, novamente, os Fundos de Papel, que recuaram em média 0,07%, enquanto os FIIs de Tijolo registraram queda média de 0,16%. Entre as maiores altas do dia estiveram BLMG11 (+2,8%), SNCI11 (+2,8%) e SARE11 (+1,5%). Já JSAF11 (-1,8%), RBRL11 (-1,6%) e VCJR11 (-1,5%) registraram as maiores quedas.

Economia

No Brasil, o governo publicou a Medida Provisória (MP) que eleva tributos para compensar o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cujo conteúdo foi alterado após reação de setores produtivos e do Congresso. Entre as iniciativas da MP, destaque para:

mudanças na CSLL sobre instituições financeiras;

maior tributação sobre as bets;

tributação de títulos de investimento isentos de IR;

maior cobrança de IR na distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP);

unificação da cobrança de IR sobre aplicações financeiras em 17,5%; e

tributação de criptoativos.

A MP também trouxe alguns ajustes em gastos, como a inserção do programa “Pé-de-Meia” no piso constitucional da educação, alterações nas regras do Atestmed (plataforma do INSS para concessão de benefícios por incapacidade temporária) e mudanças nos critérios de acesso ao Seguro Defeso (benefício pago a pescadores artesanais). Embora os efeitos da MP sejam imediatos, o texto ainda será avaliado pelo Congresso, que tende a sugerir mudanças. Para uma análise mais detalhada sobre o tema, clique aqui.     

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)