31 de julho de 2025
Brasil e Economia

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em estabilidade e no Brasil atenção para acordo sobre ajuste no IOF e divulgação do IPCA nesta terça-feira

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(Brasília-DF, 09/06/2026). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em estabilidade e no Brasil atenção sobre o acordo do futuro do IOF assim como sobre a divulgação do IPCA nesta terça-feira.

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Mercados globais

Nesta segunda-feira, os futuros dos Estados Unidos operam próximos da estabilidade (S&P 500: +0,1%; Nasdaq 100: estável), com o mercado à espera de uma semana movimentada. Os índices vêm de duas semanas consecutivas de alta, com o S&P 500 voltando a superar os 6.000 pontos pela primeira vez desde fevereiro. Entre os destaques, começam hoje as negociações comerciais entre EUA e China em Londres, anunciadas por Donald Trump na sexta-feira. A agenda da semana ainda traz dados importantes de inflação (CPI na quarta e PPI na sexta) e a conferência da Apple (WWDC).

As Treasuries operam com estabilidade: o a taxa dos títulos de 10 anos recua -1 bp, enquanto a de 2 anos cai -3 bps. A Treasury de 30 anos permanece estável.

Na Europa, as bolsas operam com leve alta (Stoxx 600: +0,2%), com investidores atentos às negociações comerciais entre EUA e China. O setor de tecnologia se destaca após a Qualcomm anunciar a compra da britânica Alphawave por US$ 2,4 bilhões, fazendo as ações da empresa saltarem mais de 20%.

Na China, os mercados fecharam em alta (CSI 300: +0,29%; HSI: +1,63%), com expectativa positiva para o encontro entre autoridades americanas e chinesas. Os investidores também repercutiram dados mistos da economia local: a inflação ao consumidor recuou 0,1% em maio, enquanto o índice de preços ao produtor caiu 3,3%.

Economia

Na China, a balança comercial de maio apontou para enfraquecimento nas exportações, com destaque para a retração nas vendas para os Estados Unidos, reflexo direto das tarifas impostas por Washington. As importações também recuaram, em um sinal de arrefecimento da demanda interna, pressionada por incertezas econômicas e consumo fragilizado. Com relação aos preços, os dados de inflação de maio evidenciam o ambiente econômico fragilizado, com deflação persistente tanto no consumidor quanto no produtor.

Na agenda desta semana, destaque para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos na quarta-feira, além dos preços ao produtor (PPI) na quinta-feira. O mercado também se atentará aos possíveis avanços nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais. As negociações comerciais entre Estados Unidos e China serão retomadas nesta segunda-feira, em Londres, em meio a expectativas favoráveis por parte dos mercados.

IBOVESPA -0,1% | 136.102 Pontos.  CÂMBIO -0,3% | 5,57/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou sua terceira semana consecutiva de quedas, recuando 0,6% em reais mas com uma alta de 1,7% em dólares, aos 136.140 pontos.

O principal destaque positivo da semana foi Gerdau (GGBR4, +9,1%), após o anúncio do aumento das tarifas sobre o aço nos EUA de 25% para 50%. A companhia tende a se beneficiar diretamente da medida, dada sua operação relevante nos Estados Unidos (veja mais detalhes aqui).

Na ponta negativa, São Martinho (SMTO3, -5,7%) sofreu após a Petrobras (PETR3 -4,1%; PETR4 -4,1%) anunciar um corte no preço da gasolina, o que tende a pressionar negativamente os preços do etanol.

Renda Fixa

No comparativo semanal, os juros futuros encerraram com abertura ao longo da curva. O diferencial entre os contratos com vencimento em janeiro de 2035 e 2026 saiu de -99,50 bps pontos-base (bps) na sexta-feira passada para -104,50 bps nesta semana. A curva, portanto, apresentou perda de inclinação. As taxas de juro real tiveram aumento, com os rendimentos das NTN-Bs com vencimento em 2030 consolidando-se em patamares próximos a 7,61% a.a. (vs. 7,50% a.a. na semana anterior). O DI jan/26 encerrou em 14,91% (+10bps no comparativo semanal); DI jan/27 em 14,29% (+14bps); DI jan/29 em 13,71% (+8,5bps); DI jan/31 em 13,83% (+7bps); DI jan/35 em 13,86% (+5bps).

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a sexta-feira em leve alta de 0,04%, acumulando uma desvalorização de 0,36% neste início de maio. Os Fundos de Papel foram o destaque da sessão, com valorização média de 0,14%, enquanto os FIIs de Tijolo apresentaram desempenho praticamente estável, com alta média de 0,01%. Entre os destaques positivos estiveram HSAF11 (+3,0%), BRCR11 (+2,6%) e BTHF11 (+2,0%), enquanto ICRI11 (-2,2%), BCRI11 (-2,0%) e KORE11 (-1,8%) figuraram entre as maiores quedas do dia.

No Brasil, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem um pacote de medidas para compensar o aumento da alíquota do IOF, com foco na elevação de tributos sobre investimentos isentos, apostas e instituições financeiras. A proposta, que será formalizada por Medida Provisória, busca reforçar a arrecadação de curto prazo sem recorrer a novas altas no imposto sobre operações financeiras. Pelo lado do Legislativo, as ações agora terão de ser chanceladas pelas bancadas partidárias. Já o Ministério da Fazenda aguardará o retorno do presidente Lula ao Brasil para obter a aprovação final.

No Brasil, o mercado segue vigilante sobre as discussões entre Executivo e Legislativo em relação ao IOF. Na agenda, o principal indicador da próxima semana será o IPCA de maio na terça-feira, para o qual esperamos desaceleração ante abril, marcada por redução do ritmo de alta nos preços de bens e alimentos. Além disso, o IBGE publicará os dados de vendas no varejo e do setor de serviços referentes a abril. Os indicadores serão relevantes para a decisão de juros do Banco Central na semana seguinte.

(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)