31 de julho de 2025
OPINIÃO

Olha o caminho do meio!

Uma das máximas do sempre citado Nicolau Maquiavel, é que a maldade quando necessária deve ser feita pelo Príncipe logo de toda, rápido, no início

Publicado em
7fffc8ceaa36745b1bbe018f89bfb9d5.jpeg

(Brasília-DF) Se o ano começa, mesmo, depois do Carnaval teremos nesta semana o seu início efetivo, especialmente no palco em que a Oposição ao Governo Federal tem condições de fazer frente, apesar de não ter conseguido grande sucesso na definição do comando das duas casas legislativas.

A extrema direita e uma oposição conservadora, que, aparentemente, está dissipada com a chegada de parte do Centrão para dentro do Lula 3, já falou em seus ambientes ou entre dentes  que Lula já teria cometido crime de responsabilidade, que fala em virtude ambiental mas o Brasil bateu recorde de desmatamento neste início de ano, que na tragédia anunciada do Litoral Norte distribuiu menos recursos que o governador Tarcísio de Freitas ou que vai aumentar tributos dos combustíveis, logo depois da festa de Momo!

Uma das máximas do sempre citado Nicolau Maquiavel, é que a maldade quando necessária deve ser feita pelo Príncipe logo de toda, rápido, no início, enquanto que as bondades devem ser feitas ao longo do tempo, amiúde.

Há quem arrisque dizer que um dos segredos da derrota do Governo Bolsonaro, mesmo enfrentando um Lula recém saído do cárcere e um PT malvisto era o fato de que Bolsonaro fazia o mal contínua e amiudadamente, enquanto as bondades eram raras e postas como favores.

É evidente que Lula não cometeu crime de responsabilidade. São Paulo é o Estado mais rico da Federação, não precisa de favores, o amparo da solidariedade foi dado pelo presidente Lula e ao longo do tempo os aportes serão dados, como já se observa. A questão do desmatamento recorde é retórica. Como se sabe durante os anos Bolsonaro, os aparelhos de Estado para o enfrentamento de crimes ambientais foram desmantelados. O que se vê, evidente, seria um “Último Baile da Ilha Fiscal” dos desmatadores, enquanto o novo governo está de olho nos Yanomamis e se reformulando na área.

A questão da retomada da tributação unilateral do Governo Federal nos combustíveis é um baita desafio.  O Mercado espera que a gestão Haddad cumpra a meta de reduzir o déficit, apesar de detestar, especialmente a Faria Lima, quando se fala de tributação sobre dividendos. É bom lembrar que Warren Buffet, o maior bilionário investidor em bolsas no Planeta, defende que deseja ser mais tributado, pagar mais impostos.

A sociedade não quer pagar mais tributos para um governo que não lhe entrega as devidas contrapartidas. O Mercado apesar de já estimar um aumento do PIB em 2023 também ainda não vê motivos para um freio na inflação. Se a carga tributária federal voltar agora, marcando o final do primeiro trimestre, sempre o mais difícil, vai ter inflação em elevação.

Não se sabe o que o Governo vai fazer, a tese de menos tributos é defendida por uma das estrelas do União Brasil, o deputado Danilo Forte(CE), que vem a ser o grande partido do Centrão que pode definir o futuro do Governo.

Se seguir a regra de Maquiavel, Lula virá com mão pesada, mas o Brasil da polarização, a, ainda, falta de consenso e século 21 recomendam o caminho do meio. Alguma tributação, não toda, anunciando que a reforma tributária é fundamental sob pena de faltar dinheiro para os políticos, também!

Tarefas árduas pela frente, mas quem foi que disse que o Céu é perto!?

Por Genésio Araújo Jr, jornalistas

e-mail: [email protected]