Graças a Deus, voltou a folia!
A festa do povo é como uma partida de futebol, outra mania brasileira, em que a ultra direita perde de goleada
(Brasília-DF) O Carnaval é a festa popular mais importante do Brasil e que nos celebra no Planeta Terra.
Certamente, se um extraterrestre (ET) chegasse aqui e perguntasse quais as maiores festas feitas nesta parte da Via Láctea, evidentemente, quem fosse selecionado para nomeá-las, incluiria o Carnaval do Brasil. Isso é política, também.
Desde 2019, o Carnaval ou foi ridicularizado ou menosprezado por nossos poderosos. Como é que se faz isso com uma das coisas mais importantes da humanidade, goste você ou não?
No primeiro ano do Governo Bolsonaro, o então presidente chamou atenção do mundo para o ridículo humano do “Goldwen Shower”, quando se sabe que morbidades sexuais são feitas entre quatro paredes desde que Adão e Eva deixaram o Paraíso.
É como se o nosso Carnaval não fosse a festa popular onde o pobre e preto se transformam em personagens principais da sociedade, os ricos viram coadjuvantes.
Em seguida, veio o Carnaval de 2020 onde o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, o aliado bolsonarista e anticarnavalesco bispo Marcelo Crivela não quis entregar as chaves da cidade para o Rei Momo e a Rainha do Carnaval! No 11 de março de 2020 veio a decretação da pandemia do Covid-19.
Vieram os anos de pandemia em que o Carnaval tirou férias, seja em 2021, seja em 2022.
Agora, o Carnaval voltou. Esse Luiz Inácio Lula da Silva é um sortudo. Ele disse que voltou, o mundo diplomático celebra o retorno do Brasil à cena internacional e o Brasil volta com o Carnaval.
A festa do povo é como uma partida de futebol, outra mania brasileira, em que a ultra direita perde de goleada.
O preto, pobre, as minorias são protagonistas. A classe média, foco bolsonarista, lida com a festa como convidado de honra do povo. A família patriarcal é colocada de lado, o cachorro e o gatinho são substituídos, como bichos de estimação, pelos dragões e águias. Bichos guerreiros que colocam o povo, verdadeiro, zombeteiro como dono dos ares e do chão!
Talvez só na crítica ao politicamente correto, que meio que baniu as marchinhas que criticam a sexualidade e as minorias, a ultra direita possa falar do Carnaval. Mas, evidente, não chega a fazer com isso um hino que a recoloque na maior festa brasileira. Destaque-se que os valores da ultra direita não combinam com o alicerce, nem a obra carnavalesca.
A goleada que a ultra direita e o bolsonarismo raiz estão levando é tão grande, quando se fala de Carnaval, que só agora, com o retorno da festa passamos a ter a dimensão disso.
O novo governo está se iniciando, vai ter que nadar muito para nos agradar e reduzir essa mania de alguns de que tem a certeza de tudo e que o outro lado de nada serve.
Mas algo parece claro, a festa do povo é muito bem vinda com suas virtudes e exageros. Tudo vai terminar na quarta-feira de cinzas. O Brasil, com sua marca, vai continuar. O Brasil sem Carnaval era muito chato!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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