RENDA BRASIL X BOLSA FAMÍLIA: Paulo Guedes diz que “cartão vermelho” não foi para ele
Falando a empresários de telecomunicações ele reconheceu que IVA pegou pesado com o setor
( Publicada orginalmente às 15h 00 do dia 15/09/2020)
(Brasília-DF, 16/09/2020) O ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar nesta terça-feira, 15, do Painel Telebrasil 2020, para falar sobre o tema As reformas e o futuro da economia no pós-pandemia, acabou tratando do assunto do momento, o fim da discussão sobre o Renda Brasol assim como da declaração do Presidente Bolsonaro de que iria dar “cartão vermelho” para quem lhe trouxesse propostas como as que foram divulgadas nos jornais, hoje, de corte e congelamento de benefícios.
“O cartão vermelho não foi para mim, esclarecendo todo mundo. Eu conversei com o presidente hoje cedo, conversamos sobre as notícias dos jornais. Eu lamentei muito essa interpretação. Na verdade, tem uma PEC falando justamente em devolver à classe política o comando dos orçamentos públicos”, disse ministro, em palestra a empresários já no final da manhã.
Sobre a palestra aos empresários de telecomunicação ele admitiu que o IVA, no bojo de reforma tributária, tem um peso forte em Telecom, mas garantiu que os impostos serão simplificados e que vai negociar uma base melhor para o setor.
"A covid-19 nos levou ao futuro da digitalização, da tecnologia e da inovação", discorreu Guedes.
"Sabemos que há uma sensibilidade muito forte com o IVA no setor. Estamos negociando para termos duas alíquotas, negociando um acoplamento com os governos estaduais. A verdade é que o Brasil tem mais de 100 regimes tributários. Isso é um manicômio tributário", adiantou Guedes. O ministro da economia explicou ainda que o imposto mais perverso é o cobrado na folha de pagamento, especialmente, em um país com mais de 40 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Guedes insistiu que o Brasil precisa tomar medidas para destravar os investimentos.
"Quem cria emprego no Brasil é penalizado. Para contratar um, você paga dois. O salário é baixo para quem recebe, mas o custo da contratação é dobro para a empresa. A desoneração da folha tem de ser para todos e não para 17 setores beneficiados até agora", reafirmou Guedes. Sobre o imposto sobre transação digital, o ministro da economia disse que não será possível desonerar a folha de pagamento de todos se não houver uma receita para compensar e ajustar os gastos do governo.
Guedes ressaltou que o Brasil já é o quarto maior mercado digital e com o 5G, certamente avançará rumo ao G5 global, a partir das ações já tomadas pelo governo como o Decreto das Lei das Antenas e a negociação pela desoneração de novas tecnologias, como a não cobrança do Fistel para os dispositivos de Internet das Coisas. "Estamos unidos para fazer telecomunicações avançar. Repito: telecomunicações é o futuro", destacou.
Sobre os rumos do Brasil, Paulo Guedes disse que é realista e não otimista. Segundo ele, o Brasil reagiu bem economicamente às medidas tomadas de combate aos impactos da pandemia e há uma reação em curso. "Os primeiros dados mostravam um colapso de quase 10% do PIB por conta da pandemia. Hoje as estimativas estão entre 4% e 5%. O auxílio emergencial para 64 milhões de brasileiros e os R$ 100 bilhões em medidas de crédito fizeram a economia reagir", afirmou.
Ao encerrar sua participação, Paulo Guedes assegurou que os impostos serão simplificados e garantiu que o governo Bolsonaro não vai aumentar a carga tributária. "Se um imposto surgir, pode ter certeza é que morreram outros sete. Os impostos serão simplificados. Nosso interesse é reduzir alíquotas para todos. Os impostos de pessoas jurídicas vão cair. O que queremos é estimular a geração de empregos", concluiu.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)