MUDANÇA DE GUARDA: Após fala de Bolsonaro que se referiu mais uma vez às Forças Armadas como “guardiães da democracia”; Marco Aurélio Mello reafirma que “guardião da Constituição” é o STF
Marco Aurélio Mello ao falar pelo STF na posse de Fux desejou que Bolsonaro corrija as imensas desigualdades sociais “que tanto nos envergonham”
( Publicada originalmente às 20h 00 do dia 10/09/2020)
(Brasília-DF, 11/09/2.020) Após o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) voltar a afirmar nesta quinta-feira, 10, durante a formação dos novos sargentos da Marinha no Rio de Janeiro (RJ), que as Forças Armadas são as “guardiães da democracia”, o ministro Marco Aurélio Mello reafirmou, durante a cerimônia de posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que o verdadeiro “guardião da Constituição” é a Suprema Corte.
Entretanto, a fala de Marco Aurélio Mello aconteceu após ele ter desejado que Bolsonaro possa corrigir as imensas desigualdades sociais “que tanto nos envergonham” e que todos do país precisam respeitar os votos dos mais de 57 milhões de eleitores brasileiros que o elegeram como presidente do Brasil nas últimas eleições de 2.018.
“Cumprimento as autoridades presentes, dirigindo-me, em saudação, ao chefe de Estado e de governo, presidente Jair Bolsonaro. Vossa Excelência foi eleito com mais de 57 milhões de votos. É presidente de todos os brasileiros. Continue na trajetória havida. Busque corrigir as desigualdades sociais, que tanto nos envergonham. Cuide, especialmente, dos menos afortunados. Seja sempre feliz na cadeira de mandatário maior do país”, comentou o ministro.
Em seguida, Marco Aurélio que falou como decano na ausência do ministro Celso de Mello – ele é o segundo mais velho na Corte – disse que o STF se consolidou como guardião da CF 88.
“Guardião da Constituição federal, consolidou-se como instituição responsável a assegurar-lhe contemporaneidade em relação às mudanças próprias do tempo. O Tribunal está inserido na sociedade. A ela responde e com ela evolui, assim deve ser, mantendo independência e representatividade em equilíbrio. O brasileiro aprendeu o caminho da cidadania e, confiando no funcionamento das instituições, habituou-se a bater às portas da Justiça sempre que diante de qualquer incerteza sobre direitos”, destacou Marco Aurélio Mello.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)