31 de julho de 2025

49 deputados pedem retirada de assinatura da CPI da Lava Jato após investigação ficar associada ao PT

Pedidos de retirada de assinaturas serão indeferidos pelo presidente da Câmara; Anulação da CPI só acontecerá se 96 dos 190 parlamentares que assinaram apresentarem documento neste sentido

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(Brasília-DF, 19/06/2018) 49 deputados que assinaram o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades na Operação Lava Jato pediram nesta terça-feira, 19, a retirada de suas assinaturas após serem pressionados por suas bases e por entenderam que a investigação será uma vitória política do PT.

O pedido de instituição da CPI foi feito no dia 30 de maio. Ao todo, o líder petista na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), apresentou requerimento no sentido de apurar as supostas irregularidades da investigação que causou um tremor nas instituições políticas e econômicas do País contendo o apoio de 190 parlamentares. 19 a mais do que os 171 necessários.

Mas a após o pedido de investigação ser associado como uma vitória política do PT contra os juízes, procuradores, promotores, delegados e policiais que estão à frente da Lava Jato, 49 deputados que foram a favor da CPI correram em massa para entregar os pedidos de retirada de suas assinaturas. Só que como o pedido de CPI já foi apresentado, as solicitações de retirada de assinaturas serão indeferidas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com base nos dispostos do Regimento Interno da Casa.

A saída para evitar que a referida CPI aconteça depende agora de dois fatores. Ou mais da metade dos que assinaram o pedido de CPI, 96 deputados, propõem um outro documento estabelecendo que não querem tal investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato; ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos investigados da operação não instale a CPI.

Nos bastidores, ambas possibilidades são descartadas. A maioria dos deputados que assinou o pedido de CPI quer que a investigação traga à luz os eventos que estão sendo colocados sob suspeição. Sobretudo após o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran de ter anunciado que dispõe de provas, dentre outras, que demonstram que o advogado Carlos Zucolotto – amigo de Sergio Moro – teria cobrado pagamento "por fora" para "melhorar" um acordo de delação premiada. Tacla Duran é ex-funcionário da Odebretch e se refugiou na Espanha para evitar ser preso pela Lava Jato.

Em pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara, o líder do maior bloco de partidos com assento na Câmara – deputado Arthur Lira (PP-AL) – recusou estar associado aos interesses que poriam fim à Lava Jato. Disse que quer apenas esclarecer as possíveis irregularidades da operação - que paralisou o Brasil desde 2015 - possam ter sido cometidos. Como exemplo citou a realização da CPI que investigou as atividades ilícitas da JBS.

Já o líder petista classificou o movimento de manada de deputados que pediram a retirada de suas assinaturas de algo que tinham concordado de motivação bizarra. Para ele, sites políticos com grande audiência como o “Antagonista” do ex-colunista da revista “Veja”, Diogo Mainardi, contribuiu para o efeito de tentar cercear a investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato.

“Veículos e movimentos da extrema-direita, como o blog ‘O Antagonista’ e o ‘Movimento Brasil Livre – MBL’ à frente, estão bombardeando a CPI das Delações, prestes a ser instalada na Câmara”, criticou.

 

Listas

Abaixo segue a lista dos deputados que pediram a CPI da Lava Jato e que “arrependidos” pediram a retirada de suas assinaturas.

 

Favoráveis a CPI e que se “arrependeram”

        Rogério Rosso (PSD-DF);

        Vítor Valim (PROS-CE);

        Covatti Filho (PP-RS);

        Darcísio Perondi (PMDB-RS);

        Osmar Terra (PMDB-RS);

        José Rocha (PR-BA) – líder do partido;

        Giovani Cherini (PR-RS);

        Luiz Carlos Heinze (PP-RS);

        Flaviano Melo (PMDB-AL);

        Evair de Melo (PP-ES);

        Laura Carneiro (DEM-RJ);

        Gonzaga Patriota (PSB-PE);

        Goulart (PSD-SP);

        Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE);

        Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO);

        Valdir Colatto (PMDB-SC);

        Roney Nemer (PP-DF);

        Toninho Wandscheer (PROS-PR);

        Alceu Moreira (PMDB-RS);

        Jorge Silva (SD-ES);

        Jerônimo Goergen (PP-RS);

        Jhontan de Jesus (PRB-RR);

        José Stédile (PSB-RS);

        Júlio Delgado (PSB-MG);

        Augusto Carvalho (SD-DF);

        Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC);

        Pompeo de Mattos (PDT-RS);

        Celso Maldaner (PMDB-SC);

        Rubens Bueno (PPS-PR);

        Paulo Foletto (PSB-ES);

        Lelo Coimbra (PMDB-ES) – líder da maioria;

        Moses Rodrigues (PMDB-ES);

        Junji Abe (PMDB-SP);

        Átila Lins (PP-AM);

        Marcus Vicente (PP-ES);

        Beto Mansur (PMDB-SP);

        Arnaldo Jardim (PPS-SP);

        Marcelo Delaroli (PR-RJ);

        Sandes Júnior (PP-GO);

        Benjamin Maranhão (PMDB-PB);

        Bebeto (PSB-BA);

        Valadares Filho (PSB-SE);

        Pedro Chaves (PMDB-GO);

        Renato Molling (PP-RS);

        Marcelo Matos (PSD-RJ);

        Assis Couto (PDT-PR);

        Osmar Serráglio (PMDB-PR);

        Herculano Passos (PMDB-SP);

        Rosângela Gomes (PRB-RJ).