31 de julho de 2025
OPINIÃO

Ainda sobre a dolorosa orfandade

Por falar nos estados, impressiona que até em locais onde os candidatos à reeleição estão postos haja tamanha indefinição

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(Brasília-DF)  Neste final de semana o Ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, teve um artigo publicado no Estadão em que destacou, pelo menos até o momento, que não se viu grandes manifestações com a condenação do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De fato, isso tem sido muito mais forte entre a classe política, a imprensa, o Mercado e as mídias sociais.  Ainda não se sabe, e coloca também o sociólogo ex-presidente, como seria no caso da prisão de Lula. Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada apontou que houve uma maioria, pequena é verdade, mas absoluta, entendendo que a condenação imposta pelo TRF4 foi justa e adequada. 

Neste final de semana, também, chamou atenção o evento em São Bernardo do Campo(SP) por um ano da morte de dona Marisa Letícia, ex-primeira dama, falecida mulher do Ex-Presidente Lula.

Muitos vão dizer que FHC falou na condição de presidente de honra dos tucanos, maiores adversários dos petistas, outros que a pesquisa Datafolha mostra um país dividido, assim como tantos vão dizer que Lula usou o evento para arregimentar mais ainda sua tropa, gerando uma natural solidariedade.

São muitas as variáveis que teremos pela frente para lidar nas próximas semanas e meses, até o fatídico 15 de agosto de 2018, quando chegará o prazo para formação das chapas que irão disputar a eleição presidencial e as chapas nos estados.

Por falar nos estados, impressiona que até em locais onde os candidatos à reeleição estão postos haja tamanha indefinição.  Em verdade, não é possível que se espere tanto tampo para resolver os quadros políticos eleitorais. Os apoiadores do lançamento da pré-candidatura-já do Ex-Presidente têm uma estratégia razoável, mas como ficarão os candidatos nos estados? 

A queda da Ex-Presidente Dilma gerou nos partidos uma aparente convicção: o que vale mesmo é poder no Congresso Nacional.  Os médios partidos de centro todos querem virar um MDB. Não querem ficar a reboque, querem rebocar e para tal precisam de poder se mantendo do tamanho que estão ou crescendo nas eleições gerais deste ano. O pragmatismo desse turma empareda não só o MDB, mas os partidos de esquerda e de centro, porém menos fisiológicos, como o PSDB e o PSB, este vivendo uma crise de identidade severa. 

No Nordeste, nos 9 estados, temos 3 administrados pelo PT, que buscam reeleição. Dois administrados pelo PSB, um busca à reeleição. Um é administrado pelo PC do B, também querendo ser reeleito. Restam mais três sendo dois comandados pelo PMDB lulista e um do PSD que vive um ocaso político. Enfim, muita gente que precisa que o caso Lula se resolva logo. Os partidos de centro que querem continuar a mandar, seja em que governo for, e que querem virar um MDB um dia, sentem cheiro de carniça política a quilômetros e contra o vento!

As eleições nordestinas, além de definirem o próximo Presidente da República, como tem sido desde a redemocratização serão fundamentais para montar esse novo esquadro político.

Por Genésio Araújo Jr

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