Precisávamos sofrer tanto!?
A pergunta, obrigatória: o que faremos?
(Brasília-DF) Duvido que alguém questione se a vida não é animada na Capital Federal!
Na semana passada tivemos logo na estreia, 5 de dezembro, investida da Lava Jato para cima do ministro do TCU, o paraibano Vital do Rêgo, e para o deputado gaúcho Marco Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Na terça-feira, 06, tivemos o anuncio e detalhamento da Reforma da Previdência e no final do dia houve a decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afastando o presidente do Senado e do Congresso Nacional, o alagoano Renan Calheiros.
Começamos a quarta-feira, 7 de dezembro, com o alarido da decisão do comando do Senado em não acatar a liminar do Supremo em nome da precariedade da decisão à espera de uma nova avaliação do próprio STF. Na tarde daquele dia, o pleno do STF se reúne e decide cassar parcialmente a liminar, mas na prática mantém Calheiros no comando do Senado. A confusão no final daquele dia era tamanha que ninguém se entendia, só se ouvia o barulho das redes sociais.
Na quinta-feira, 08, todas as atenções se voltaram para o Senado e para o Supremo. Como o Senado é um palácio de cristal(?!), era de lá que vinham as falas. Uns poucos senadores questionaram a decisão. A Mesa Diretora da Casa, formada pelos partidos majoritários tinham avalizado e torcido por algo que trouxesse a ordem(!?). Não só o Senado - se a maioria dos que se expressam pela redes estavam revoltados, no mundo do poder e da economia parecia que aquilo deveria vir, obrigatoriamente. O dólar não estourou, a bolsa não caiu e o Mundo não se assustou. Nós sim!
Ficamos confrontados. O Supremo ao decidir por uma saída à brasileira, permitindo que Calheiros ficasse no comando do Senado e afastado da linha de sucessão presidencial, fez com que observássemos todos os poderemos enredados num grande problema, que parece, obrigatoriamente insolúvel. A Política, é bom lembrar, é a arte do possível.
Na quinta-feira, vimos as coisas acontecerem. Foram feitas várias sessões no Senado, observamos as oposições gritarem, mas a roda girou e teremos a votação do segundo turno da PEC dos Gastos nessa terça-feira, 13 de dezembro.
Na sexta-feira, vimos o tour de force de Michel Temer e vários políticos e ministros nordestinos, indo a Pernambuco e Ceará – ele, Temer, fez sua primeira visita ao Nordeste depois de confirmado Presidente do Brasil. Tentou mostrar, em números, que fez muito pela região em tão pouco tempo. Tratou de recursos hídricos, endividamento rural, inaugurou casas do Minha Casa Minha Vida e disse que o Nordeste deveria ser um de seus “mais importante diálogos”.
Veio o final de semana e a cúpula do Senado, todos os presidenciáveis do PSDB, presidente da Câmara, presidentes de partidos e mais uma vez o ex-Presidente Lula ficaram expostos. Teve a delação “estrondo” de um executivo da Oderbrecht e a Operação Zelotes. O Presidente Michel Temer teria pedido doação a Oderbrechet.
Teoricamente, deveríamos ter os últimos dias de vida parlamentar com mínimo de solavancos. Não será nada disso. Sabemos, sem leviandade, que teremos muito pela frente, os desdobramentos das muitas e novas delações de outros executivos vão fazer muito estrago em 2017.
A pergunta, obrigatória: o que faremos? Ninguém com um mínimo de razão, juízo, prumo, parece encontrar soluções, só temos censuras – todos! Democracia dá trabalho, mas precisava tanto!
Boa semana!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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