31 de julho de 2025
OPINIÃO

Que cilada nos metemos!

Se esses dois estiverem falando a verdade, não mudarem muito no poder ao que prometeram na campanha, teremos dias difíceis mais difíceis

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(Brasília-DF)  Esta semana que se inicia vai ser marcada pelo início, efetivo, dos trabalhos na Comissão de Reforma Política, na Câmara. No Senado, teremos a continuidade das discussões da “PEC dos Gastos Públicos” e a votação da proposta que estabelece a cláusula de desempenho eleitoral – a fase, na Câmara Alta, da Reforma Política. Teremos a estreia do senador Romero Jucá(PMDB-RR), no seu retorno à Liderança do Governo, agora à nível de Congresso Nacional.  Na verdade, o grande assunto é a contagem regressiva da “delação do fim do mundo”, como estão falando sobre a consolidação de um acordo da Oderbrecht com o Judiciário, especialmente com a Lava Jato. 

Bem, esse é o assunto do poder no Brasil, mas todas as atenções estão voltadas para as eleições presidenciais  nos Estados Unidos que se darão nessa terça-feira, 08 de novembro. Essa data vem sendo aguardada desde o início do ano quando vimos as prévias tomarem conta da realidade estadunidense, chamando atenção do Planeta com a chegada de um pré-candidato celebridade e um outro que se intitulava social democrata. Os dois candidatos, Hilary Clinton, dos Democratas, e Donald Trump, dos Republicanos, são os pretendentes mais abominados pelo eleitorado americano desde muito. Não há indicativos, segundo eles próprios, de dois concorrentes mais desacreditados.

A pergunta de sempre é o que isso vai importar para nós!  Alguns analistas teimam em dizer que nada vai mudar no Brasil pois não somos prioridade para a política externa de Washington(DC), EUA. Não é que sejamos irrelevantes, não somos um problema.

Lembro, ainda no final de 2008 para 2009 quando a China se transformou, se consolidou, como o nosso maior parceiro comercial. No Nordeste, apesar da proximidade com os americanos, a China também passou a ser o maior parceiro econômico da região. Hoje, mudou. Os Estados Unidos voltou a ser o maior parceiro do Brasil e do Nordeste. A postura protecionista assumida pelos dois candidatos não é boa conselheira para a economia brasileira e nordestina.  Tanto Clinton quanto Trump tem dito que serão mais fechados. Tradicionalmente, os republicanos são mais de comércio, mas Trump já disse que deseja barrar produtos chineses e não quer saber da Parceria Transpacífica, uma possível revogação do Nafta(acordo com Canadá e México) e possível saída da Organização Mundial do Comércio(OMC). 

A postura dos dois é pelo endividamento público o que tende a aumentar os juros(os estados vendem títulos para se endividar e pagam por isso, o juro). Isso não é bom para nós.  Se é verdade, que a economia brasileira vai começar a se reerguer no início do terceiro trimestre do ano que vem, especialmente por conta de São Paulo, avalia-se que o Nordeste só deverá ver os frutos disso no meio para o fim do quarto trimestre do ano que vem, 2017! Será o caminho do primeiro ano de um desses, Trump ou Clinton.

Se esses dois estiverem falando a verdade, não mudarem muito no poder ao que prometeram na campanha, teremos dias difíceis mais difíceis. Até nos Estados Unidos, tem gente que duvide que eles vão cumprir o que dizem.  Existe uma dinâmica do poder nos Estados Unidos que não permite que os presidentes façam tudo o que querem!

Existe, de fato, uma grave crise na democracia moderna. Muitos avaliam que a maior delas seja a corrupção dos que se apropriam do Estado durante mandatos. O mais recente caso é esse na Coréia do Sul, um exemplo pro Mundo que avançou com a educação. A eleição nos Estados Unidos é o ponto alto de nossa ética pós moderna! Que cilada nos metemos!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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