O purgante que nos resta!
Duvido quem saiba o rumo de uma encruzilhada em que está o futuro do Estado, não só o brasileiro, mas o mundial, especialmente depois dos primeiros anos após a crise econômica de 2008/2009
(Brasília-DF) Estamos numa encruzilhada danada! Alguém tem dúvidas de que as regiões brasileiras mais pobres, como o Norte e o Nordeste, são as que precisam mais de Estado?! Acho que até as pedras da Serra do Mar, que ajudam a formar o rio Tietê qual dá nome a cidade em que o Presidente Michel Temer nasceu - sabem disso!
Duvido quem saiba o rumo de uma encruzilhada em que está o futuro do Estado, não só o brasileiro, mas o mundial, especialmente depois dos primeiros anos após a crise econômica de 2008/2009. Não dá mais para ficar inventando privatização vulgar, um mito da direita, ou cortar benefícios para os ricos, um mito da esquerda, ou, finalmente, reformar os direitos sociais para que eles cheguem aos mais pobres, como querem os estatistas empedernidos. Desde o século passado, também se sabe, que o Estado não resolve tudo, muito menos o tal do Mercado ou nossa vontade de equilibrá-los. Nosso problemas são grandes, tanto que a democracia, seja ela qual for está em xeque. A ética pós-moderna que surgiu disso assusta quem pensa!
A confusão do momento, no Brasil, mas que o Mundo está olhando, é essa tal proposta de controle dos gastos públicos, espelhada na “PEC dos Gastos Públicos”, a Proposta de Emenda Constitucional 241/16. O Governo quer aprovar de toda forma e a Oposição, especialmente a petista secundada por outros que foram contra o Impeachment, especialmente, trabalham contra.
Esse não é um tema da esquerda ou da direita. No Brasil, temos um nome que faz isso faz anos, mesmo quando tínhamos inflação desenfreada e orçamento que parecia uma ficção ainda maior do que a que vemos hoje. O senador João Capiberibe, um amazônida nascido em Afuá, na Ilha da Marajó, um socialista do Norte do Brasil que mesmo crítico do PT foi contra o Impeachment e que o todos sabem ainda crê num mundo gauche et droite , defende o controle de gastos desde quando foi prefeito da pequena e humilde Macapá(AP), no final dos anos 80 e início dos anos 90. Ele mandava colocar as entradas e saídas das contas públicas em outdoors de lata nas ruas alquebras da pequena capital que fica no Brasil do hemisfério norte do Planeta.
“ Eu sou a favor do controle dos gastos públicos de muito tempo, mas não sou a favor desse do Temer de 20 anos”, disse, uma vez, para este que escrevinha. Ele não é contra a proposta, na verdade, só acredita que não precisava ser de 20 anos, como está posto. A avaliação de Capiberibe é um entendimento que ao final poderemos chegar. Um controle de gastos firme de 10 anos. O Governo já mandou dizer que não aceita meio termo. Temer já disse que medidas que chegam ao Congresso podem e devem ser alteradas.
As populações precisam de mais ação do Governo em saúde e educação e elas sempre vão crescer. O Governo quer limitar na inflação. Muitos acham que isso não será suficiente. O problema é o que o Estado não está aguentando.
Só em se falar nisso, já existe uma previsão de inflação dentro da meta, o Brasil voltando ao patamar de oitava economia do Mundo e um juro que pode começar a cair neste ano. Economia é o território da credibilidade. Em tese, pouca coisa mudou, porém muita coisa está mudando!
A crise do Estado brasileiro precisa ser enfrentada, inegavelmente com uma ação forte. Se as correções tivessem sido feitas noutro momento, inegável, não precisaríamos desse purgante todo!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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