31 de julho de 2025
OPINIÃO

Grandes oportunidades

Quem acompanha este escrevinhador, aqui em algumas publicações, já deve ter lido minhas alusões à importância das regiões brasileiras para falar do País, numa provocativa obsessão em tentar explicar esta região do Planeta.

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(Brasília-DF)  Nas últimas duas semanas o Planeta se voltou para o Brasil, principalmente para a cidade do Rio de Janeiro.

Quem acompanha este escrevinhador, aqui em algumas publicações, já deve ter lido minhas alusões à importância das regiões brasileiras para falar do País, numa provocativa obsessão em tentar explicar esta região do Planeta. O Brasil nasceu no Nordeste, tem o seu coração na região das Gerais e a alma está no Rio de Janeiro. Perguntam-me sobre São Paulo, e destaco que os bandeirantes são o motor brasileiro, no entanto em nossa recente história política, ao se dividirem em suas opções acabam anulando sua importância naturalmente gigante, pantagruélica. 

Apesar da boa repercussão em torno da cerimônia de abertura dos jogos olímpicos Rio 2016, e a bem avaliada postura das policias brasileiras, tanto na questão dos atletas tarados da Vila Olímpica(as mulheres brasileira são vistas como dadivosas em excesso, além mar) como no caso dos nadadores americanos mentirosos( o “jeitinho americano” não funciona como eles pensam) – não resta dúvida que existe muito de presunção dos que habitam acima do Equador sobre o que se passa e poderá continuar passando aqui conosco.

Se a Capital do Mundo é Nova Iorque, uma das publicações mais importantes do mainstream estadunidense “The New Yorker” foi em diversos momentos de uma criticidade medíocre e presunçosa.  Eles chegaram a questionar porque os brasileiros foram tão obcecados em querer expor as cafajestadas dos “jovens americanos” quando deveriam ficar atentos aos muitos crimes que se cometem na cidade, especialmente envolvendo o narcotráfico.

É inquestionável que temos muitos problemas para resolver. Nós sabemos disso. O nosso IDH ainda está longe do ideal, nosso índices de violência são bem maiores que a da maioria dos países ricos ou remediados, nossa sociedade tem muitos problemas, vivemos uma crise política terrível com desdobramentos que ainda são imprevisíveis, no entanto é evidente que ao final desse evento memorável, que finalmente chegou a América do Sul, vemos que é possível fazer um encontro dessa magnitude em países que ainda estão se encontrando.

Vai começar, por aqui, um questionamento sobre o tamanho dos gastos empreendidos, os esforços empreendidos numa comparação com o que poderia ser revertido para outras coletividades além da cidade e do Estado do Rio de Janeiro. Isso não vai ser encerrar tão cedo, pois o processo precisa de tempo. Até hoje se avalia o tamanho do sucesso(?!) do evento em Barcelona 92, uma das Olímpiadas que mais impactou uma região do Planeta. 

Com a crise do petróleo no Mundo e a força da tecnologia que busca novos rumos, a presunção dos ricos com o Brasil se assemelha com a mesma visão que os primeiros antropólogos culturais tinham de que não seria possível desenvolvimento numa terra onde com tanto calor as pessoas passavam a maior parte do tempo com o corpo nu da cintura para cima.  Uma estultice do tamanho do Mundo de ontem com as cores de hoje.

É verdade que o Brasil viverá uma ressaca dos grandes eventos, porém isso, sim, é uma provocação para que outras regiões do Brasil encontrarem sugestões para crescer com a onda. O Nordeste, talvez, tenha grandes oportunidades para refletir sobre isso.

Para finalizar: ressaltar Izaquias Queiroz, o baiano e nordestino que é um elogio a importância dos programas de inclusão social.

 

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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