Estaremos todos à prova
É necessário ressaltar que estamos em período de renovação de mandatos. Nas capitais nordestinas temos três veteranos em busca de novo mandato. Teresina com Firmino Filho(PSDB), Natal com Carlos Eduardo Alves(PDT) e João Alves(DEM) em Aracaju.
(Brasília-DF) Vão começar as eleições municipais. Durante a semana teremos a confirmação de todas as candidaturas, depois da faxina que a Justiça Eleitoral deverá realizar.
O Nordeste tem o segundo colégio eleitoral do Brasil e vem decidindo junto com Minas Gerais e Rio de Janeiro as últimas eleições presidenciais. A região tem algo em torno de 34 cidades chaves, porém 50 delas são consideradas fundamentais, pois têm mais de 100 mil habitantes; são referências para o desenvolvimento num País cada vez mais urbano, apesar do sucesso que o campo oferta não só ao Brasil mas ao Planeta por ser um farol quando se trata de alimento e de commodities.
É necessário ressaltar que estamos em período de renovação de mandatos. Nas capitais nordestinas temos três veteranos em busca de novo mandato. Teresina com Firmino Filho(PSDB), Natal com Carlos Eduardo Alves(PDT) e João Alves(DEM) em Aracaju. Todos os outros são marinheiros de primeira viagem. Nenhum deles está no Partido dos Trabalhadores. Três são do PDT, dois são do PSDB, dois do Democratas, um dos PSD e um outro do PSB.
O PT tem reais condições de chegar ao segundo turno em Fortaleza e Recife. No resto é mera aventura. Talvez coligado com alguém, mas nunca como cabeça de chapa. O PDT é que tem mais a perder com tanta gente buscando a reeleição. O PSDB e o Democratas têm nomes muito fortes em Teresina e Salvador. O PSB tem a missão de se manter firme onde está o centro de seu poder, Pernambuco, com sua Recife. O PSD é o único dos neófitos que está em condições de se manter vivo, lá em João Pessoa. Chama atenção que o PMDB, que tem a maioria dos prefeitos do País não tenham grandes nomes nas capitais do Nordeste.
Nas cidades médias tendemos a ver os partidos que não são do primeiro time fazendo algo diferente, apesar do fim do financiamento privado ter estreitado o espaço dos pequenos.
Especula-se que esta eleição municipal será a mais nacionalizada desde 1.985, quando tivemos as primeiras eleições nas capitais após o fim do período de exceção iniciado em 1964. Em algumas cidades, temas nacionais como o Impeachment da Presidenta afastada Dilma Rousseff, que tende a estar definitivamente impedida no dia 5 de outubro, falarão mais alto. Noutras, temas estaduais mais com forte penetração nos dias de hoje, haverá outras influências. Cidades que estão enfrentando grandes dilemas com o desemprego e a insegurança pública também serão impactadas.
Costuma-se dizer que nas eleições municipais se fala da urbanidade, dos problemas da esquina, do buraco na rua e da falta de cuidado com os munícipes. Em condições normais de temperatura e pressão não há duvidas que isso falaria alto, unicamente. Não é o deveremos testemunhar até o final de outubro, quando termina o pleito, especialmente nas cidades que têm dois turnos.
Eleições municipais como essas de 2016 não teremos, nem parecidas, nas próximas décadas. Não tenha dúvidas desse momento particularíssimo que viveremos.
Estaremos todos à prova. Políticos, Sociedade, Imprensa, Justiça Eleitoral e os fiscais, como o Ministério Público, Receita Federal e Polícia Federal, entre outros. Isso sempre está em xeque, mas a crise dos políticos não deixa de ser a crise da democracia. É verdade que os dois se confundem, mas creiam, não é a mesma coisa!
Boa semana a todos!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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