31 de julho de 2025
OPINIÃO

Depois de agosto, novos dilemas

O que virá da nossa República e Democracia no futuro próximo? Muitos acham que nossa Democracia está sob intenso risco, outros de que nossa República caminha para o esfacelamento se não fizermos uma intensa reforma de Estado.

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(Brasília-DF)  Estamos começando o mês de agosto. O oitavo mês do ano é marcante para a história política nacional.  Para o leitor menos atento ter uma ideia, foi em agosto que morreu ,num acidente nebuloso na Via Dutra - o ex-presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, também, em agosto se matou com um tiro no peito - no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Getúlio Vargas, e quase no final dessse mês renunciou à Presidência da República, Janio Quadros.  Em agosto, aconteceram outros eventos marcantes e históricos, mas no Brasil temos um tempo especial.

Tudo caminha para, neste agosto de 2016, termos mais dois eventos retumbantes, que alimentarão comentários e análises no futuro.  O deputado federal Eduardo Cunha, o afastado presidente da Câmara Federal mais poderoso(e polêmico) depois de Ulysses Guimarães na terceira redemocratização brasileira em época de República, e a primeira mulher eleita Presidente da República, Dilma Rousseff, deverão ser expurgados da vida política representativa com cassação e Impeachment, respectivamente.

Faz algum tempo que convivemos com essas possibilidades. Muitos já têm esses fatos como consumados em suas agendas políticas virtuais. Não é como se imagina. Os fatos ainda não aconteceram e o simbolismo desses eventos serão impactantes, serão marcos para um país que apesar de muitos acharem que não é grande coisa, é, de fato, um dos grandes espaços humanos do Planeta Terra. Não somos mais o País do Futuro, somos o País do Presente e temos um papel no Planeta, um protagonismo evidente.

O que virá da nossa República e Democracia no futuro próximo?  Muitos acham que nossa Democracia está sob intenso risco, outros de que nossa República caminha para o esfacelamento se não fizermos uma intensa reforma de Estado. Existem avaliações para todos os tipos e qualidades.   O que é certo é que chegando na segunda década do Século 21, este agosto de 2016, será visto, sim, como um momento de ruptura e, certamente, o fim de um ciclo. Ainda precisamos nos achar frente a tudo isso que está acontecendo. Já escrevemos por aqui que nossas duvidas são bem mais sonoras que nossas certezas.  A inteligência nacional, tradicionalmente, sempre precisou de agentes políticos e econômicos que representassem essas mudanças de rotas. 

Vivemos um momento em que não temos grandes agentes políticos que possam representar nossas ambições. Se chegar elegível em 2018, o ex-presidente Lula não terá a mesmo capacidade de representar, como outrora, uma referência para a inteligência nacional. Não precisa ser gênio da lâmpada para arriscar tal palpite. Como o Nordeste do Brasil, onde este País nasceu e que foi decisivo para os rumos nacionais nos últimos 25 anos - estaria frente a tantos dilemas?

Iniciamos o novo milênio exigindo da União e da República um enfrentamento da fome e indigência, uma solução para a crise da água, com crescimento econômico e desenvolvimento social. Boa parte desses dilemas permanecem à beira do início da segunda década desse mesmo novo milênio. A grande questão nordestina frente ao que foi feito no passado recente é que não precisamos mais tão-somente de uma ação do Governo Federal, pois a dinâmica global permite que o crescimento regional possa vir de poupança externa e escolhas transcontinentais. 

A nova crise de agosto terá projeção sobre esse novo Nordeste. Como isso se dará?! Bem, isso é outra história!

Por Genésio Araújo Jr

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