Mundo estranho, eleição estranha
Eric Hobsbawm, o historiador que ficou famoso por afirmar que o Século XX foi menor que a centúria, está mais vivo que nunca. O Século XXI tende a ser bem mais curto do que poderíamos imaginar
(Brasília-DF) Está todo mundo preocupado com as contas, a violência e o dia de amanhã – a vida privada está valendo mais que a vida social, isso parece evidente nessa segunda década do Século XXI. O ícone desse novo momento é a ditadura de um novo estilo de vida nas redes sociais, em detrimento da vida social na vida real! Vivemos um momento estranho no Planeta Terra e não encontramos grandes agentes sociais, econômicos ou de inteligência para mirar uma nova forma de lidar com isso!
A crise da migração que invade a Europa de forma avassaladora que só se compara ao fim da Segunda Guerra Mundial, a saída da Grã-Bretanha da União Europeia - ela que foi o farol daquela região do Mundo no Século XX -, o Terrorismo que se disseminou em todos os continentes, o ressurgimento do conservadorismo(sem novas ideais) em boa parte do Planeta de hábitos sociopolíticos ocidentais, o segundo Impeachment brasileiro( que tende a se consolidar) e o populismo que se instalou nos Estados Unidos são muito mais que um amontoado de eventos que se dão em um mesmo histórico.
Eric Hobsbawm, o historiador que ficou famoso por afirmar que o Século XX foi menor que a centúria, está mais vivo que nunca. O Século XXI tende a ser bem mais curto do que poderíamos imaginar. Os eventos que montam um novo tempo deixam o momento atual senil. Ficamos velhos quando não sabemos o dia de manhã, essa foi ums das marcas do ocidentalismo e racionalismo. Não se esqueçam aquele brocado popular: homem tem que ter futuro e mulher tem que ter passado. Se a virilidade é a força que provêm e a feminilidade seria a dignidade podemos dizer que os homens do novo tempo não precisam prover e as mulheres não precisam ser mais dignas. Estamos vivendo um tempo muito parecido com isso.
Bem, frente a tanto, vamos encarar mais um momento de decisão. Aqui no Brasil, vamos ter eleição municipal em meio a um evento internacional que não mexe só com o País, mas com o Planeta. As Olímpiadas Rio 2016 serão um momento em que passados os preâmbulos da tensão pré-abertura tende a ser marcada pela a cara dos jogos. A máxima do mais alto, mais forte e mais longe tende a fazer a sociedade se questionar se todos devem ter oportunidade. Não custa lembrar que teremos uma eleição municipal sem as formas tradicionais de financiamento, num país gigante que não tem tradição de doação pessoal que será contaminada(?!) pela disputa nacional. O que esperar de um momento como esse no Planeta e no País?!
Quem disser que tem a mínima ideia no que vai dar é um presunçoso de marca maior! Estamos preparados para o que virá? Certamente que não, mas se a marca da vida ocidental seria o a prevenção do Plano B que as rotinas democráticas nos proporcionavam, podemos ainda dizer que temos isso, no entanto fica cada dia mais evidente que as alternativas se esgotam, a margem é pequena e as reações tem que ser rápidas.
A única certeza que teremos nesse nosso momento particularíssimo é que as eleições municipais brasileiras terão influência sobre o futuro não só das cidades, mas do País, coisa que não via noutros momentos.
A pior coisa que os poderosos, empoderados e os que concedem poder podem enfrentar é não saber um esboço do dia de amanhã!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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