31 de julho de 2025
OPINIÃO

Temer: o Nordeste não é para poucos

Só teremos uma clareza desse governo interino quando ele se tornar efetivo, com a confirmação do Impeachment da Presidenta da República, afastada, Dilma Rousseff.

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(Brasília-DF)  Enfim, completamos um mês do governo do Presidente da República, em exercício, Michel Temer.

Poderíamos dizer que foi apresentado um dream team para a economia e um bad team para a política? Guardadas as proporções poderíamos “quase isso”!  Não resta dúvida que os agentes econômicos e sociais tem uma razoável clareza de nossa situação, porém a sustentação política certamente não é grande coisa.  Não é bom esquecer que o PMDB era o patinho feio dessa aliança de poder que comandou o país há não menos que 10 anos(se contamos de 2005 a 2015). Quem conhece um pouquinho, sabe que o PMDB veio para uma aliança informal com o PT em 2005/2006 para compensar os efeitos do mensalão e formaram, aliança formal. chapa com Dilma Rousseff em primeiro e início do segundo mandato, já com o Petrolão.

Só teremos uma clareza desse governo interino quando ele se tornar efetivo, com a confirmação do Impeachment da Presidenta da República, afastada, Dilma Rousseff.

Nesse mês de governo interino o que temos para o Nordeste, a região onde nasceu o Brasil e onde os últimos presidentes tiveram os seus votos decisivos?

A primeira pesquisa sobre o novo governo mostrou que o Nordeste ainda não o percebeu o e não aprovou, por pouco, o afastamento de Dilma Rousseff.

A primeira medida que interessa essa gente que habita acima do paralelo 20º foi a anunciada decisão de usar parte dos bilhões que serão devolvidos pelo BNDES(?!) para o Tesouro Nacional para serem usados na finalização da primeira fase da Transposição do São Francisco, o chamado Eixo Leste.

Até o momento não há uma definição sobre como o governo vai lidar com sua pantagruélica estrutura no Nordeste.  Essa região do País por ter uma característica única, ser a maior região de semiárido habitada do planeta, tem o maior território com a presença de mais unidades federadas – nove ao todo -, por conseguinte tem a maior estrutura regionalizada de entes do Estado e de entidades controladas pela União. Além disso, tem a maior estrutura de empresas públicas e autarquias que pensam exclusivamente uma região do país(Dnocs, Codevasf, Sudene, BNB, Chesf, Eletronorte, sem contar um Ministério que, em tese, é voltado para todo o Brasil, mas serve mesmo é para o Nordeste, Integração Nacional).  Nenhuma região do País tem tantos superintendências da Caixa Econômica Federal ou a presença do Banco do Brasil, que assumiu a maioria dos bancos estaduais federalizados.

Quando se fala da presença do Governo Federal no Nordeste falamos de muita coisa! Não podemos esquecer as universidades federais e as Embrapas. É natural que nesse período todo de governos petistas tenhamos uma natural resistência a um novo governo. Na burocracia isso ganhará mais proeminência a partir da decisão tomada, no apagar das luzes da semana passada, que determina o fim de cargos de comissão na União para serem, enfim, entregues aos profissionais de carreira. Isso no Nordeste terá ainda maior impacto.

O Nordeste precisa mais do Estado que qualquer região do País, mais até que no Norte do Brasil face a sofisticação que nossa economia passou a ter naquela parte do Brasil.

O Governo Temer ainda é uma incógnita para a região. Os direitos sociais não foram virados de cabeça para baixo como foi divulgado pelos que defendem o governo afastado, mas isso não é tudo. Se o Brasil não é para amadores, o Nordeste é ainda mais complexo.

Boa semana a todos!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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