Todas as atenções aos senadores!
Um possível retorno da presidenta afastada não está descartado, mas o que vai pesar mais?
(Brasília-DF) As revelações dos grampos envolvendo políticos nordestinos na segunda semana do governo do presidente, em exercício, Michel Temer, que mostrariam uma articulação para deter a Operação Lava Jato começam a colocar em dúvida, entre alguns senadores, se valeu à pena o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff.
A classe política nordestina votou em massa no afastamento da Presidenta Dilma, mas existe ao menos 14 senadores que não se posicionaram sobre o afastamento final da afastada. No Nordeste, ainda não bateram o martelo os senadores Benedito de Lira(PP-AL), Edson Lobão(PMDB-MA), Fernando Collor( PTC-AL), José Maranhão( PMDB-PB), Roberto Rocha(PSB-MA), Antonio Carlos Valadares(PSB-SE) e Raimundo Lira(PMDB-PB), segundo o jornal “Folha de São Paulo”. A tendência é que os 22 senadores que votaram com Dilma não mudem de opinião. A votação no julgamento final deverá ser apertada.
O calor das revelações e um possível avanço das ações do Supremo Tribunal Federal contra os investigados da Lava Jato com foro privilegiado, algo que se vê firme e consistente nas ações da Força Tarefa lá de Curitiba(PR) – poderá ser decisivo, no entanto algum avanço na questão econômica poderá ser ainda mais decisivo.
Um possível retorno da presidenta afastada não está descartado, mas o que vai pesar mais?
Vale mais à pena termos o retorno de ministérios como da igualdade racial, das mulheres, desenvolvimento agrário, mais mulheres nos ministérios, falta de apoio no Congresso Nacional que importaria reatar conversações com 367 “golpistas”, ou confrontar-se com um prejuízo inconfessável de R$ 303 bilhões se contarmos os buracos que se seguem do superávit fiscal de 2,13% do PIB em 2011 para o buraco de 2,75% do PIB neste ano de 2016?
A classe política está lidando com um incipiente novo governo que foi acusado de golpista ,mas que apresenta tantos arremedos que fazem com que fique evidente que não houve tanto ardil assim como se propala.
As revelações dos grampos feitos pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, salientam que os poderosos do PMDB no Senado não confiavam em nada que envolvesse a, hoje, presidente afastada Dilma, mas não tem certeza nenhuma que um possível governo de Michel Temer possa ser suficiente para atender seus interesses. Esse jogo é sorrateiro e nada garante que tenha sido uma grande bravata dos envolvidos, coisa que só uma profunda investigação vai confirmar. O papel do Supremo Tribunal Federal é fundamental nessa carência toda.
Os senadores que serão as estrelas políticas dos próximos meses vão pesar e repesar o papel que têm pela frente. Dilma retornando poderia fazer o país voltar a andar? A saída de Michel Temer, que surgiu como alternativa constitucional, não valeria à pena? Ainda resta a solução de novas eleições tanto por ordem do Tribunal Superior Eleitoral ou por decisão do Congresso Nacional.
Todas as atenções voltadas para os senhores senadores!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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