Vão ter que esperar mais um pouco!
Com a mudança de comando na Câmara Federal, face ao afastamento, que também é caminho sem volta, do deputado Eduardo Cunha, todos as atenções para medir os próximos dias serão na relação do Novo Governo com a Câmara Federal.
(Brasília-DF) Esta semana caminha para ser a última em que a Presidenta Dilma Rousseff começa como Chefe de Governo do Brasil. O afastamento provisório deverá se confirmar na próxima quarta-feira,11. No início da semana que vem já teremos um Novo(velho)Governo. É voz comum entre os que entendem de poder que ela só retornaria num caos completo do Governo Temer, que não se mira razoável!
Com a mudança de comando na Câmara Federal, face ao afastamento, que também é caminho sem volta, do deputado Eduardo Cunha, todos as atenções para medir os próximos dias serão na relação do Novo Governo com a Câmara Federal. É bom não esquecer que quem vai continuar julgando a Presidenta Dilma será o Senado. Que equação! Não vão faltar idas e vindas, prólogos rápidos e epílogos longínquos!
Estamos em maio, mês das mães, mês das noivas, mês mariano. As pessoas não podem esquecer os caminhos civilizatórios, eles nos são inescapáveis. Seria fácil lidar com as mudas e traições de março, as tragédias de agosto, as revelações de abril, as revoluções de novembro, mas estamos em maio! Com isso, se formos falar dos sócios do Novo Governo e nos atermos a esta questão cristã e religiosa poderíamos dizer que os cristão católicos estariam em desfavor dos cristão evangélicos?
Uma vez conversando com um líder evangélico(não sei se era o líder certo!) questionei sobre as dificuldades da fé dele para chegar ao poder. O que seria mais fácil: um negro chegar ao poder ou um evangélico? Ele disse, sem pestanejar, que seria mais fácil para um negro tal desafio.
A sonora maioria dos votos dos 361 deputados e dos muitos senadores que irão, certamente, afastar a Presidenta Dilma na quarta-feira, 11 de maio, é formada por católicos, porém a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB) tem uma postura crítica ao Impeachment muito em função do antagonismo a pauta boi, bala e bíblia(BBB)de Eduardo Cunha que a alguma questão institucional. Não é bom esquecer que o PT tem uma relação antiga com a igreja revolucionária da época da Teologia da Libertação e mais que isso, de forma prática, da época da fundação petista visto que os militares não impediram que o terceiro setor, embrionário, surgisse, durante os anos de chumbo, com o financiamento internacional que chegava ao Brasil via Igreja e sindicatos.
A Igreja teme que movimentos conservadores anti-católicos, e não anti-cristãos, surjam com o Novo Governo. Os líderes evangélicos apoiaram abertamente o Impeachment.
Não vejo risco. A saída de cena de Eduardo Cunha e a chegada de um novo comando à Câmara Federal deverá colocar os movimentos ultraconservadores no seu limite, ao contrário dos que ainda apoiam a Presidenta Dilma - PT e seu mais fiéis aliados. O Brasil caminha para o centro, é nossa tradição, mesmo em momentos ruins como este que vivemos.
Temos uma sociedade formada em sua maioria pelo comando de mulheres, famílias pequenas, multifacetadas. O Brasil tem uma Constituição social democrata e uma visão liberal. Os conservadores ficaram visíveis, porém seus limites são conhecidos. Os evangélicos vão ter que esperar um pouco mais para chegarem ao poder.
Eis o mistério da fé
Por Genésio Araújo Jr
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