31 de julho de 2025
OPINIÃO

Outro dia, outra matemática!

O mantra da semana foi o debate retórico sobre os que defendem a Constituição e os que defendem que está em curso um “Golpe”.

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(Brasília-DF)  Não tem outro assunto. O impeachment da Presidenta Dilma é absoluto. Como num jogo de perda e ganha, numa hora a onda empina para um lado, noutro se acliva para outro.

Na semana que passou, teve a confirmação da saída do PMDB do governo, a manifestação dos contra o Impedimento por todo o Brasil, com destaque aqui em Brasília. Até aí, o sentimento entre os mais argutos apontava que a Presidenta Dilma acabara ganhando pois ainda na quarta-feira, antes do evento pelo 31 de Março às avessas, só se falava por aqui da foto em que o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aparecia participando, empolgado, da brevíssima reunião do diretório nacional do PMDB que oficializava o rompimento com o Governo.

 

Na quinta-feira, 31 de março, e no primeiro de abril, na sexta-feira, já se especulava que se a votação Impeachment fosse no Dia da Mentira acabaria sendo uma Grande Verdade!  Parecia até que o erro do PMDB, a imagem valia mais que o conteúdo, era maior que o antagonismo nacional que se tem contra o Governo, personificado na figura da Presidenta da República.

 

Na sexta-feira, primeiro de abril, o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, veio a Brasília encaminhar um pedido de Impeachment contra o Vice Presidente Michel Temer. Parecia só espuma, mas falou alto, justo porque naquele dia chegou ao conhecimento geral as declarações do ministro Luiz Barroso dada a pós-graduandos de economia, fruto de uma gravação mal sabida, durante uma palestra. Ele dizia que as alternativas de poder que tínhamos eram muitos desapontadoras, ele falava das figuras peemedebistas no evento de rompimento, ele falava de Eduardo Cunha.

 

O mantra da semana foi o debate retórico sobre os que defendem a Constituição e os que defendem que está em curso um “Golpe”.

 

Nesse domingo, 03 de abril, o jornal “Folha de S.Paulo” defendeu, em editoral, a renúncia tanto de Dilma Rousseff como do Vice Presidente Michel Temer. O jornal entrou na tese defendida pela ex-senadora Marina Silva, não por acaso a única política saída das eleições de 2014 que está melhor nas recentes pesquisas de opinião. Não por acaso, a política que menos tem cara de política.

 

A semana foi favorável aos que defendem a permanência da Presidenta Dilma. Tudo o que vem depois daí não é palpável.  Acreditar que Dilma vai propor um pacto nacional para tirar o País da crise, que isso e que aquilo é pura fantasia política. Não se sustenta com o que vimos até aqui.

 

Até o encerramento deste processo que se encerra neste mês, o primeiro grande clímax, fiquem certos – teremos mais outras semanas difíceis e polêmicas como essas.  Não podemos esquecer que a Operação Lava Jato, e sua muitas fases, ainda vão permear tudo o que vemos.

 

Na semana que vem faremos uma nova matemática política,ok!?

 

Eis o mistério da fé

 

Por Genésio Araújo Junior, jornalista

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