31 de julho de 2025
OPINIÃO

Nunca precisamos tanto de ressureição

Esses dois pontos: uma aparente convicção e um terrível questionamento, repito, parecem evidentes. Costumo dizer que o Brasil toca com três bandas(ou seriam quatro?).

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(Brasília-DF) Existem poucas coisas que parecem ter consenso nesse ambiente em que quase nada consegue atingir uma denominador comum: a Presidenta Dilma não tem mais condições de tocar o País; o que viria no seu lugar seria melhor do que aí está?!

Esses dois pontos: uma aparente convicção e um terrível questionamento, repito, parecem evidentes. Costumo dizer que o Brasil toca com três bandas(ou seriam quatro?).

O Nordeste onde nasceu o Brasil; Minas Gerais que vem a ser o coração do país; o Rio de Janeiro que seria a alma brasileira.  Imediatamente, se pergunta: se o território e sua gente são tão importantes assim para reconhecer o Brasil, por que São Paulo ficaria de fora?  São Paulo é o motor nacional, a maior população e força econômica. Nesta terceira redemocratização em nossa República, São Paulo tem se dividido entre projetos e com isso tem se anulado em força – não custa lembrar que forças opostas de igual potência quando confrontadas se anulam.

Neste momento de grave crise nacional, ao analisarmos esses visões de Brasil, vemos o Nordeste começando a sofrer duramente os efeitos da crise nacional – quem precisa mais de Estado, quando ele pouco pode fazer, são os que mais sofrem. Pernambuco, que voltou a ser a região mais importante do Nordeste, está paralisado. 

Minas Gerais vive dias difíceis – a crise de Estado é tão grande que os políticos locais queriam permitir que a Samarco/Vale voltasse a ter fôlego. Esquecendo que eles foram os responsáveis pelo maior desastre ambiental deste milênio nas Américas. Um atentado à sustentabilidade. Isso é um absurdo para a terra onde nasceu as raízes da cidadania, com a Inconfidência. O Rio de Janeiro, que junto com Pernambuco, foi um dos que mais ganhou nos anos Lula-Dilma - em profunda crise, se desloca e caminha noutra tocada.

São Paulo, aquele que de tão forte se anula – seria onde as apostas são mais claras. Lá existe um sentimento de que o Estado brasileiro parece ser um fardo, não um mobilizador de nossas grandes possibilidades. Lá o cidadão brasileiro está convencido de que pior do que está não pode ficar.  Não é bem assim, podemos viver momentos ainda bem difíceis antes de melhorar.

Se formos para a matemática das visões nacionais frente a crise, poderíamos dizer que as apostas por um novo governo são maiores do que pela manutenção deste que está aí. Não resta dúvida de que se o ex-Presidente Lula já estivesse no Governo, despachando no quarto andar do Planalto, as coisas estariam melhores para o status quo, as apostas ousadas que ele certamente colocaria em jogo iriam embaralhar o jogo dos oposicionistas. A Presidenta Dilma disse a imprensa internacional que Lula vai apoiá-la, seja como Ministro seja como assessor especial. 

Ela tem que agir rápido.  A Semana Santa termina com a Páscoa, que é transformação e ressurgimento.  A Páscoa no atual jogo do poder nacional não se dará neste março. Será mais adiante, final de abril e início de maio.

Numa precisamos tanto e de uma transformação, de um ressurgimento.

Eis o mistério da fé.

 

Por Genésio Araújo Jr

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