Frente ao que temos, o que teremos?

(Brasília-DF)  Só se fala em Brasília que o Governo vive um período de contagem regressiva. Já não são mais contraditórios esses sinais.  Se esgotou esse tempo e ficou evidente frente a problemas internos severos. 

O Ex-Presidente Lula fez recuos estratégicos, porém o tamanho dos problemas econômicos deixa todos impacientes.  Os políticos já fizeram esta leitura de uma forma clara. As brumas já não enganam mais.  A partir disso fica mais importante ainda ver as alternativas ao que temos aí.

O PSDB realizou neste domingo, 05 de julho, um dia após a data maior dos Estados Unidos a sua convenção nacional. Os tucanos são a melhor alternativa de poder a esse caos que temos visto?!  Fica evidente, mesmo neste momento de aparente união no ninho tucano – não houve disputa pelo comando partidário – que temos mais dúvidas que certezas de que este grupamento político têm condições de ser a melhor alternativa de poder.

O comando do PSDB que surge dessa convenção nacional se divide entre os grupos que apoiam o senador Aécio Neves e o grupo paulista e paulistano. Aécio Neves foi reeleito e a burocracia partidária, que prepara os quadros e sua estrutura, será comandada pelos bandeirantes.  Surge uma dúvida clara: como o resto do País vai ser tratado a partir dessas decisões tucanas?  Já escrevi por aqui, noutros momentos e noutras agonias nacionais, que o grande dilema do PSDB é conversar com o Brasil profundo. O grande mote tem sido a questão da roubalheira na Petrobras que ganhou uma dimensão gigantesca, pantagruélica – o Ministério Público Federal estima que foram 19 bilhões de reais o tamanho da picaretagem endêmica que tomou conta da estatal que representa 20% do PIB brasileiro.

Bem, isso é suficiente para falar do Brasil e para o seu futuro?  Os anti petistas não direitistas cansados(?!) dizem que qualquer alternativa é melhor do que estamos vendo. Os anti petistas conservadores histéricos(?!) dizem que além de tirá-los do poder há de aniquilá-los. É razoável dizer que nem precisa ir ao Céu nem ao Inferno. O Brasil não é tão simples assim. Somos uma democracia sofisticada e ver os poderes funcionando, como nunca se viu, é prova disso. A retórica fala de Barack Obama dizendo que confia na Presidenta Dilma, enquanto pesquisa nacional interna, CNI-Ibope, aponta que 78% dos brasileiros desconfiam da Presidenta, que se sabe não ser um corrupta atroz, é uma prova de que o Brasil não é mais uma coisa qualquer.

No Nordeste, sabemos que só 13% dos seus habitantes apoiam o Governo Dilma Rousseff. O PSDB, sabidamente não dialoga com os movimentos ligados ao Semiárido, região do planeta onde mais pessoas vivem e ganham sua vida por lá.  Ser nordestino é ter o DNA do Semiárido.

O dilema tucano mais flagrante dentro do espaço político protagonizante nesses 6 primeiros meses, o Congresso Nacional, fica evidente na questão da maioridade penal. O PSDB da Câmara aprovou a redução simples da maioridade, enquanto o PSDB do Senado, ligado a uma geração anterior, mais social democrata, pensa algo como uma alternativa que majore, fortemente, as medidas na órbita do Estatuto da Criança e Adolescente(ECA).

Que PSDB é esse que se deseja pronto para um momento de alternativa de poder? As lideranças urbanas e rurais do Nordeste deveriam receber sinais mais claros. Não os tem. Em política, em verdade, não temos grandes certezas durante momentos de intensa crise como a que vivemos hoje. Resta a todos fazer política e cobrar!

Boa semana a todos

Por Genésio Araújo Jr

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