31 de julho de 2025
OPINIÃO

Para o bem, para o mal

Agora, as medidas vão para o Senado e vêm recebendo resistência do Presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros(PMDB-AL).

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(Brasília-DF) Os 151 deputados e os 27 senadores nordestinos estão de olhos e visões atentas para o que o Governo Federal vai fazer nos próximos dias. Na semana passada, a Câmara Federal terminou de votar as duas mais importantes medidas do Ajuste Fiscal. Ainda existem mais medidas a serem votadas, mas a espinha dorsal já foi posicionada.

A bancada nordestina foi fundamental para isso. Até a bancada pernambucana, que tinha sido pendular na primeira votação das MP 665, acabou sendo favorável ao Governo na votação da MP 664, à exceção da flexibilização do fator previdenciário. Destaque-se que a Presidenta Dilma foi duas vezes a Pernambuco em menos de 30 dias.

Agora, as medidas vão para o Senado e vêm recebendo resistência do Presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros(PMDB-AL).

A formação do Governo Federal no Nordeste começa a se alinhavar.  Na sexta-feira, a principal agência de desenvolvimento do Nordeste, o BNB, deu posse a se novo presidente, Marcos Holanda, nome indicado pelo senador Eunício Oliveira(PMDB-CE), líder do partido no Senado e cotado para ser o próximo presidente do Senado Federal. Há informações de que o PP, comandado pelo senador Ciro Nogueira(PP-PI), já teria apalavrado o comando da Codevasf.  O PT baiano está estrilado com isso.  Hoje, a estatal tem o comando do baiano petista Elmo Vaz.  Nos estados, as nomeações estão prontas.

O Diário Oficial da União vai ser a publicação mais lida nos próximos dias, gostem os baianos ou não.  O PP, um partido muito ligado ao PMDB, especialmente na Câmara Federal é uma agremiação média importante que vive grande tensão pois muitos dos seus dirigentes estão sendo investigados na Lava Jato, devem ser indiciados pelo Supremo Tribunal Federal e se se esfacelar, num momento em que podem ser criados dois médios partidos, um de centro direita(PTB-DEM) e outro de centro esquerda(PSB-PPS) - gerará uma nova instabilidade na base do Governo. O PP tem que ser aparelhado, logo.

A questão nordestina ganha um novo fator. Na sexta-feira, 15, na posse de Marcos Holanda foi dada a senha para retomar uma sinergia entre as principais lideranças nordestinas, pois Holanda, em seu breve mais efetivo discurso, disse que um dos compromissos base do BNB em sua administração será a inovação. No final do mês, os governadores nordestinos vão se reunir com o homem da Ciência de Tecnologia, ministro Aldo Rebêlo, para tocar uma Plano de C&T para o Nordeste.  Os estrilados do passado podem se consertar a partir desse motivo para união.  Será bom para o Governo, depois de tantos dias de discórdia entre os nordestinos.

A vida não está fácil para os que vivem acima do paralelo 20º . A desocupação chegou firme e a inflação nas principais capitais nordestinas faz com que os preços médios se aproximem dos que são cobrados em Brasília, a cidade de maior PIB per capito do Brasil. As eleições municipais ainda não chegaram mas estão caminhando a passos largos. Os governadores estão preocupados com o que virá.

O Planalto terá que enfrentar a segunda volta das discussões do Ajuste Fiscal - o poder e o pragmatismo dos nordestinos serão fundamentais para isso. Para o bem e para o mal.

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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