31 de julho de 2025

Umas poucas e boas sobre poder

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos, aqui

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( Brasília-DF) A política ganhou, na última semana, alguns ingredientes interessantes.
Primeiro, o Congresso voltou a trabalhar normalmente, especialmente a Câmara Federal, com a ausência da Presidenta Dilma. O condutor desta retomada de votações foi o presidente da Câmara Federal, o gaúcho Marco Maia( PT),  que estava no exercício da Presidência da República.
Segundo, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso visitou o ex-presidente Lula.
Terceiro, o ex-presidente Lula anunciou que está curado do câncer na laringe.
Quarto, o mais proeminente membro da oposição no Congresso Nacional, o snador-xerife Demóstenes Torres(DEM-GO) se viu aniquilado politicamente. Demóstenes, com prenome de origem grega, empolgava pelo conteúdo e pela retórica. Inspirado pelo conservadorismo lacerdista começava a construir um novo molde para aqueles que acham que a certeza não é gauche. Demóstenes construía um novo conservadorismo.
Existem mais coisas para comentar, especialmente voltadas para o Nordeste, como as dificuldade do PP paraibano que respingaram, fortemente, no PSB também paraibano, ou a decisão do novo líder do Governo na Câmara - o ranzinza e difícil, mas competente Alindo Chinaglia(PT-SP) - de manter os nordestinos , vindos da administração de Cândido Vacarezza, nas vice lideranças deste mesmo Governo.
A Presidente Dilma ganhou fôlego no ambiente político ao ser divulgado que ela teria autorizado a negociação que destravou a semana legislativa. Não é bem assim. Os políticos sabem que num ambiente minado, lidando com alguém que tem outro momento e tendo costas largas com a população e com o líder popular mais importante deste país nos últimos cinquenta anos – devem ter a medida certa.
Marco Maia fez questão de divulgar, em nota, que não estava se vangloriano da retomada das votações.  Quem fez questão de dizer isso, do alto da tribuna do plenário Ulysses Guimarães, foi o deputado Henrique Alves,líder do PMDB, dizendo que o Legislativo tinha seu protagonismo. Os políticos são pragmáticos. Sabem que a próxima pesquisa de opinião vai mostrar a Presidenta Dilma Rousseff em alta cotação com a população. Eles sabem que o jogo deve ser jogado com paciência, para lembrar o futebol, que tanto anima Lula, com muita posse de bola, como faz o Barcelona. Eles precisam ter a bola em seus pés e isso passa pela condução das medidas provisórias. 
Nesta sétima, a sociedade real vai passar a semana santa com grande expectativa, pois na outra vai dar sustentação aos políticos na discussão do Código Florestral. Não tem como o Executivo se esforçar para minar a movimentação.
Tem dia em que a onça pode beber água.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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