31 de julho de 2025

Dilma, seja bem vinda à (p)olítica!

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos, aqui

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( Brasília-DF) Vivemos um momento marcante no Governo Dilma Rousseff. É indiscutível que algo diverso, mas não inusitado está se dando na administração da primeira mulher presidente da República do Brasil.
Muita gente começou a dizer, inclusive os moralistas de plantão, que a senhora Dilma seria um extraterrestre que passou a ocupar a Presidência da República. Era a mulher que não gostava de política e que a fazia com desgosto. Seria a meritocracia , a diligência, o precioso no exercício do poder. Todos os outros eram os outros, como diz o poeta popular.
Nessa última sexta-feira ela foi categórica:
“"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões politicas. Nisso o meu governo não é diferente.”  
Ela falou isso na posse do novo ministro da Pesca, o senador Marcelo Crivella(PRB-RJ). Ele entrou no lugar do deputado federal Luiz Sérgio(PT-RJ). Especula-se que foi para atender os evangélicos e favorecer o candidato do PT na disputa na cidade de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. 
Dilma quando da fala de Luiz Sérgio, enquanto se despedia num discurso de 15 minutos de prestação de contas, estava impaciente. Ela se mexia na cadeira,  falava para sua ministra Gleise Hoffman, da Casa Civil. Quando de sua fala, contraditória, ela chorou para se despedir de Luiz Sérgio, dizendo que tinha que fazer o que era necessário. São as chamadas lágrimas de crocodilo, típica dos poderosos.
Ela deu um chute na bunda, como disse esses dias o francês Jorôme Valke, na tese da meritocracia. Quando Crivela se manifestou, disse que poderia não saber colocar anzol na isca, mas sabia o que as pessoas precisavam. Ela concordou:
"Acho que, de fato, o senador Crivella tem toda razão. A gente aprende a colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é, de fato, governar para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Esse país, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os cidadãos brasileiros", respondeu a presidenta. "Tenho certeza que o Crivella vai acrescentar muito às nossas minhocas colocadas no anzol."
Nessa semana os nordestinos do PSB decidiram votar contra na votação do projeto querido da Presidenta, o Funpresp, que vem a ser uma nova reforma previdenciária brasileira. Talvez a coisa mais importante de interesse do Governo neste primeiro semestre de 2012, junto com a Lei Geral da Copa. Os nordestinos comandam o PMDB, basta ver sua cúpula, que pendular, observa o movimento de um grupo enorme de deputados que critica os favorecimentos ao PT neste momento do Governo.
Logo que foi anunciado os cortes do orçamento de 2012, um grupo de deputados e senadores gritou, entrendentes, que seria uma manobra legal para favorecer os petistas nas eleições municipais.
Dilma, seja bem vinda a micropolítica!
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior,  é jornalista