31 de julho de 2025

Mais uma chance para a Bancada do Nordeste

A coluna de Genésio Araújo JR é publicada todos os domingos neste espaço

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( Brasília-DF) A semana que se inicia será marcada, por aqueles que se preocupam com o Nordeste, com a retomada do grupo parlamentar Bancada do Nordeste. Na quarta-feira,27, os deputados nordestinos farão seu primeiro encontro do ano para, inclusive, aclamar seu novo coordenador, que deverá ser o pernambucano Gonzaga Patriota(PSB-PE)
A Bancada do Nordeste, como um grupo organizado, surgiu efetivamente no final da década de oitenta e início dos anos noventa. O que chama atenção no grupo é tanto sua fraqueza como sua grandeza. Para um grupo parlamentar que não tem um mero motivo coorporativo -  como os ruralistas e ambientalistas - até que ele vem se mantendo vivo há um bom tempo. A Bancada do Nordeste começou a se organizar, efetivamente, na Constituinte de 1.988 quando -  institucionalmente, referendada pelo prestígio do cearense Mauro Benevides(PMDB-CE), então senador e presidente do Senado e vice-presidente da própria Constituinte, permitiu que se montasse a lógica do Fundo Constitucional do Nordeste. Naquele momento, os estados das regiões menos desenvolvidas, como o Norte e o Centro Oeste, influenciados pelos nordestinos fizeram a coisa andar. No início dos anos 90, a regulamentação do Fundo é vista, historicamente, como o maior evento pelo desenvolvimento regional no Brasil desde a criação do Etene e da Sudene.  
Em seguida, já nos meados dos anos 90, a bancada passou a se reunir a partir dos coordenadores de cada estado, e alguns adjuntos, para definir as emendas que as regiões tinham direito. Coisa da Revisão Constitucional. As dificuldades da Era Collor e do Escândalo do Orçamento levam a onda pelo desenvolvimento regional ao chão.
No ano de 2003, o deputado Roberto Pessoa(CE), então no robusto PFL, teve a disposição e coragem de alguém que mesmo num partido conservador era aliado do Presidente Lula – retomou a bancada pelo argumento de se unir naquilo que era possível. A direita iluminada costuma dizer que só ela sabe fazer reformas mais profundas que os pretenciosos revolucionários. Veio o piauiense B.Sá(PPS/PSB-PI) e o baiano Zezeu Ribeiro(PT-BA) dando continuidade ao trabalho de Pessoa, avançando aqui e ali. O trabalho desses foi tão destacado que o último, que antes foi relator da proposta de recriação da Sudene - chegou a ser cotado para ser Ministro de Estado. Os deputados nordestinos influenciaram os senadores a criar a Bancada do Nordeste, naquela Casa, sob o nome de Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste.
Agora o momento é outro. Apesar de ainda existirem problemas de endividamento, como os casos de Alagoas, Maranhão e Piauí parece evidente que o Nordeste não precisa mais brigar por grandes obras, mas, sim, pela consistente bandeira da integração regional e nacional. A linha geral foi montada por “dedaços” de Lula da Silva. A classe política nordestina foi intensamente renovada nas últimas eleições. Temos a maioria dos governadores dentro de uma mesma tocada, origens e, até, mesma geração.
Vamos torcer e cobrar para que essa gente morena saiba fazer o dever histórico.
Boa semana a todos.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr,jornalista
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