Seria fraqueza ou prudência?

( Brasília-DF) Essa semana que passou foi marcada pelas ausências. Costuma-se dizer nos meios urbanos que a ausência é atrevida. Todos, até os mais pios e temerosos, ficam extremamente voluntariosos e corajosos quando os poderosos estão ausentes.

 

Nessa última semana a Presidenta Dilma foi para a China, cumpriu intensa agenda bilateral e como membro dos Brics. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tido e havido como um dos mais poderosos e influentes desses 100 dias de Governo Dilma também esteve fora, nos Estados Unidos. 

 

Existe um sentimento na classe política de que os próximos 100 dias da administração federal não serão nada fáceis. Os primeiros índices inflacionários e econômicos do mês de abril não foram nada bons. Surge forte a convicção de que o argumento da sazonalidade já não se sustenta para garantir o avanço nos preços. É verdade que o aumento do bolsa família, em alguns níveis a quase R$ 40,00, vai garantir algum “hedge” para essas perdas, porém o grande problema é a tal da nova classe média. Não é bom esquecer que esse novo extrato da população brasileira, e notadamente nordestina, está na casa de 2 salários mínimos.

 

Dilma apesar das dificuldades ganhou nesta semana um novo partido, o PSD, para lhe dar apoio. O negócio foi tão confuso que atingiu todo mundo, a Base e a Oposição. Ninguém gostou, a não ser os próprios fundadores do novo partido. A Base vai ter que dividir espaço e a oposição por razões óbvias. No Nordeste, chamou atenção as perdas no PP e no PSDB, da Paraíba. 

 

Vimos a votação da MP 512/2010, na Câmara, que estendeu os incentivos fiscais para o Norte de Minas. A MP era para atender Pernambuco, mas avançou e mostrou que os estados menos desenvolvidos, quando agem em conjunto, fazem das suas. Os baianos se juntaram com os “oportunistas” mineiros e aplicaram uma derrota no Governo. Ambos pensam em ganhar tempo para avançar no setor automobilístico. Chamou atenção como a bancada cearense não foi solidária aos pernambucanos. Seria intensa fidelidade ao Governo ou ciúme de rachar?!

 

Esta questão regional chamou atenção noutra vertente. Faz alguns dias que fica flagrante a disputa petista, especialmente, para fazer mudanças no controle do Banco do Nordeste. Se fala, em um nome sem história em desenvolvimento regional. A Política Real, agência de notícias especializada em Nordeste, enviou correpondências a todos os 151 deputados nordestinos para questioná-los se seria adequado colocar pessoas no comando do BNB, e em todas as outras instituições federais voltadas para o Nordeste,  sem histórico em desenvolvimento regional. Gostaríamos de saber, também, sobre os 100 dias de Dilma para o Nordeste. Poucos responderam as perguntas. Uns ligaram para a direção da agência para pedir vênia.

 

Vimos alguns senadores nordestinos importantes demonstrarem, durante a semana, impaciência com o Governo Federal  

 

Vamos ver se essa gente encorpa seus movimentos ou se amofinam novamente.

 

Boa semana santa a todos.

 

Eis o mistério da fé

 

Por Genésio Araújo Junior, jornalista

 

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