Nordeste e o Gênero.
Maior fluxo migratório do país foi do Nordeste para o Sudeste;Mulheres baianas são as que historicamente mais acabam migrando para o Sudeste.
( Brasília-DF, 22/05/2006) O desenvolvimento econômico brasileiro no Sudeste transformou este região na maior receptora dos fluxos migratórios no país. O maior fluxo de emigração foi da população nordestina, que se dirigiu para grandes centros urbanos do Sudeste, como São Paulo. Por conta de dificuldades encontradas, como falta de emprego, fome, pobreza e condições de vida precárias, houve uma redução deste fluxo, fazendo com que muitos migrantes voltassem para o seu estado de origem ou escolhessem novos destinos.
Em 1991, entre as mulheres que residiam há, pelo menos, cinco anos em estados do Nordeste, 292 mil migraram para a região Sudeste. O maior contingente veio da Bahia (113 mil mulheres). Em 2000, o fluxo de migração de mulheres nordestinas que fixaram residência em algum lugar da região Sudeste se reduziu para 281 mil. Novamente, Bahia foi estado com o maior número de mulheres migrantes (121 mil).
Chama a atenção o fato de que as saídas dos estados do Nordeste em direção ao Sudeste serem mais freqüentes entre mulheres do que entre homens. Em relação à diminuição da migração entre 1991 e 2000, quando se compara o dado dos homens com o das mulheres, observa-se que estas migraram mais. Em 1991, migraram 1.691 mulheres a mais do que homens. Em 2000, essa diferença cresce para 63.687, o que leva a crer que as oportunidades de trabalho no Nordeste são mais escassas para as mulheres. Grande parte das mulheres que sai do Nordeste para o Sudeste vai em busca de melhores oportunidades de trabalho, porém, a maioria não encontra trabalho ou trabalha na informalidade ou em ocupações precárias e mal remuneradas, como o serviço doméstico.