31 de julho de 2025

Nordeste e Gênero.

Mulheres que trabalham no campo ganham espaço na região; Quase 1/3 das mulheres ocupadas é trabalhadora doméstica ou exerce atividade sem remuneração.

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( Brasília-DF, 22/05/2006)  Apesar da entrada da mulher no mercado de trabalho ter significado um grande avanço, os dados do Censo apontam que elas têm se concentrado em ocupações consideradas extensões da vida doméstica.

            A análise da taxa de atividade  mostra que, em 2000, apenas 44,1% das mulheres estavam no mercado de trabalho. O maior nível de atividade feminina se concentrava entre as que tinham entre 25 e 49 anos de idade, faixa que apresentou a maior variação entre 1991 (45,3%) e 2000 (61,5%).  No caso dos homens, houve redução da atividade em todas as faixas etárias, inclusive na de 25 a 49 anos de idade, passando de 95,3% para 92,0% no período. 

            Em 1991, as maiores taxas de atividade das mulheres concentravam-se em municípios da região Sul.  Já em 2000, o quadro mostrou-se bem mais diversificado.

 

 

            A desigualdade de gênero no mercado de trabalho pode ser observada tanto pela inserção no mercado quanto pela remuneração.  Tanto mulheres como pretos ou pardos estão concentrados em trabalhos mais precários e em ocupações de baixa qualificação e mal remuneradas.  Não raramente trabalham sem carteira assinada e sem garantias trabalhistas.  Também é possível observar as disparidades na qualidade de trabalho de mulheres e pretos ou pardos quando se analisa a distribuição desses grupos populacionais segundo a posição na ocupação. A maior parcela da população ocupada está concentrada nas categorias de empregado e trabalhador por conta-própria, mas, em relação às mulheres, o destaque é o trabalho doméstico ou o trabalho sem remuneração que, juntos, somam quase 28% da população ocupada feminina.

 

 

 

 

Trabalho infantil entre meninas e adolescentes que vivem nas áreas rurais cresce em 4 regiões -   Outro ponto mencionado no estudo é o trabalho infantil, que vem se reduzindo nos últimos anos. Em 1991, 24,5% das crianças e adolescentes de 10 a 17 de idade do sexo masculino trabalhavam, enquanto que entre as meninas, essa taxa era de 11,7%. Em 2000, ambos os percentuais diminuíram, passando para 18,1% e 9,8%, respectivamente.  Esses dados comprovam que o trabalho na faixa de 10 a 17 anos de idade é mais comum entre meninos. Regionalmente, observa-se, ainda, que o Nordeste rural tem um elevado peso nas taxas de ocupação nessa faixa etária.

 

 

            Ainda em relação ao trabalho infantil, a análise dos níveis de ocupação entre homens e mulheres nas áreas urbana e rural comprova que, entre 1991 e 2000, a população que estava trabalhando na área rural de algumas regiões geográficas aumentou, principalmente entre meninas e adolescentes. Na área rural do Norte, o nível de ocupação das meninas era de 5,2% e subiu para 11,3%. A exceção é a área rural da região Sul, onde o nível de ocupação manteve-se o mesmo (11,4% em 1991 e 11,5% em 2000). Nas demais regiões, na passagem de 1991 para 2000, houve um aumento da ocupação feminina nas áreas rurais: de 8,5% para 12,3% no Nordeste; de 21,4% para 22,7% no Sudeste e de 6,6% para 8,3% no Centro-Oeste.

 

 

( da redação com informações do IBGE)