Não ouviram o César! <P>
No desespero, busca desenvolver um programa de incentivo à construção de pequenas centrais elétricas ? as PCEs ? contando com investimentos privados de mais de R$ 12 bilhões nos próximos cinco anos. Está atrasado pelo menos 20 anos. A nossa vulnerabilidade no campo da energia se deve exclusivamente ao descaso e à irresponsabilidade dos vários governos nos últimos. Essa crise estava prevista desde o governo do general Figueiredo, quando o então ministro das Minas e Energia, César Cals, apresentou um estudo chamado ?Brasil 2010? prognosticando que até ano 2010 o país entraria numa grave crise de energia se não investisse pesado na construção de novas usinas. E apontava as pequenas hidrelétricas como forma de evitar o desastre. Tudo na ponta do lápis. Deslumbrados com Itaipu e com a megalomania nuclear de Geisel, os governantes de então não deram atenção ao alerta.
Agora, mais de 20 anos perdidos, querem recuperar o prejuízo. E não vai ser fácil. E não vale rebuscar outros alertas, aos quais sucessivos governos deram ouvidos de mercador. Mas é bom lembrar outro projeto de Cesar Cals, o da construção de usinas movidas pelas força das marés ? as chamadas ?maré-motrizes? - uma das quais, projetadas para a barragem do Bacanga, em São Luís, ainda quando Sarney governava o Maranhão, e que jamais saiu do papel. Tomara que Lula arranje o dinheiro para tentar tirar o atraso. Do contrário, preparemo-nos para o pior. Tudo porque não ouviram o César e preferiram jogar o dinheiro dos brasileiros fora em aventuras como a Transamazônica, a Perimetral Norte, num porta-aviões sucateado, como ontem, ou em aviões de luxo para os passeios presidenciais, como hoje.
E eles?
José Dias de Macedo chega aos 85 anos e vai comemorar, no dia seis, com a família e os amigos, em Fortaleza. Ele faz parte de uma estirpe de empresários aos quais o Ceará e o país devem muito. Uma festa que não perderemos. No Brasil espalham-se estátuas de artistas, jogadores de futebol, generais, padres, políticos, poetas, jornalistas e até de jumentos. Faltam as de empresários como Macedo, Edson Queiroz, Manuel Dias Branco, Clóvis Rolim, que fizeram pelo Estado mais do que muitos governos.
Ruim e cara
Com o aumento de até 370% que vem ai nas custas da Justiça Federal, a justiça brasileira, que já é ruim, lenta e vulnerável, se torna ainda mais inacessível aos cidadãos. E mais próxima de consolidar-se como um privilégio dos ricos.
Destruir porque?
Fica difícil entender porque o governo manda destruir as armas apreendidas e agora as devolvidas pelos cidadão a troco de alguns tostões. Não seria mais racional destina-las às polícias e às Forças Armadas, que gastam milhões por ano comprando revólveres pistolas, rifles, fuzis etc? Ou será que o lobby dos fabricantes e a ?bancada da bala? no Congresso não deixam?
Versão
Falhou, graças às críticas da imprensa, a tentativa da dupla Zezé di Camargo e Luciano de abocanhar R$ 5 milhões do Banco do Brasil a titulo de patrocínios. Esses dois acabam virando um clone, versão petista, de Don e Ravel, que na ditadura militar, sob a égide do ministro da Educação, Jarbas Passarinho, espalharam o ufanismo pelo país, cantando coisas como ?Meu Brasil eu te amo? e outras besteiras de fazer corar até o conde Afonso Celso.
Enquanto....
Enquanto o contrabando entra facilmente por todas as nossas fronteiras, três conteineres cheios de brinquedos, roupas e outros objetos arrecadados pela Brazilian Mission, a ONG dos cearenses dos Estados Unidos e destinados à distribuição a famílias carentes do interior cearense estão no porto de Fortaleza, à espera que liberação pela burocracia da nossa aduana.
Escola
O ministro Álvaro Ribeiro da Costa está empenhado na criação da Escola Superior da Advocacia-Geral da União.
Desmanche
O governador José Reinaldo promoveu um verdadeiro desmanche no que era tido como a grande revolução administrativa feita no Maranhão pela governadora Roseana Sarney. Acabou com os gerentes, que substituíram os secretários de Estado, a vitrine da grande reforma de Roseana. Recriou as antigas secretarias, que podem ser ocupadas por detentores de mandatos, como deputados e senadores.
Um exército
Pelo numero de pedidos de anistia ? e de gordas indenizações ? acumulados no ministério da Justiça, o número dos ?subversivos? punidos pela ditadura militar já passa dos 50 mil. Com tanta gente, um verdadeiro exército, deve ter sido mesmo por incompetência que não conseguiram derrubar a ditadura, que acabou caindo de podre.
Valeu
E por falar em anistia, o ex-deputado Eudoro Santana não deve ter o que reclamar, depois da frustrada tentativa de chegar ao Senado. Além do bom emprego de diretor geral do DNOCS, acaba de ser aquinhoado com uma indenização de R$ 964.727,36, além de uma pensão vitalícia de R$ 10.758,70 mensais, por ter sido demitido da Petrobrás durante a ditadura militar. Tudo sem imposto de renda ou contribuição para o INSS.
De volta
Encostadas as chuteiras, depois de oito mandatos federais, o ex-deputado Ossian Araripe volta a arregaçar as mangas na política. Desta feita para eleger o filho Samuel prefeito do Crato, cargo que já ocupou, numa luta renhida e com boas chances, enfrentando cinco outros candidatos.
Em árabe
A Escola de Aperfeiçoamento da Agência Nacional de Inteligência acaba de introduzir o idioma árabe no currículo do seus alunos.
Na fila
Engrossa a fila de pedidos de registro de novos partidos na Justiça Eleitoral. O mais recente é o Partido do Esporte (PE), sediado em Brasília e cujo eleitorado cabe num fusca. Mas se lograr a adesão de gente como Ricardo Teixeira, Eurico Miranda et caterva, vai longe na politicagem. Seu lema é a famosa frase e Rui Barbosa: ?De tanto ver triunfar as nulidades....?
Só o nome
Saiu o relatório da CPI da Exploração Sexual de Menores no Congresso. Tudo igual ao que já existe apurado em dezenas de comissões e investigações já realizadas pela Câmara e pelo Senado. Só mudaram os nomes dos envolvidos. Não vai dar em nada, como as anteriores. É a Anaconda II..
por Rangel Cavalcante
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