Maranhão do Sul
João Paulo colocará projeto para votação se lideres aceitarem
(Brasília-DF,25/11/2003) O presidente da Câmara, João Paulo Cunha(PT-SP) se comprometeu com lideranças maranhenses que colocará em votação o projeto de decreto legislativo que determina a criação do Estado do Maranhão do Sul se os líderes partidários, " inclusive o líder do Governo(na Câmara)", assinarem termo de comprometimento, enfim, o chamado acordo de lideranças. O deputado Sebastião Madeira(PSDB-MA), autor do Projeto de Decreto Legislativo, PDS, de criação do novo Estado - disse que não teme que o líder do Governo, Aldo Rebelo(PC do B-SP), se negue a assinar o acordo. " Não tenho medo, mas se eles se negarem vamos mostrar para o Maranhão que o Governo do PT não tem compromisso conosco", disse. O senador Edson Lobão(PFL-Ma) disse que tudo vai depender da Câmara, mas garante que no Senado tudo vai ser mais fácil. " Se resolverem por aqui, no Senado, votamos em quatro meses", disse. Os Estado do Carajás e Tapajós tiveram votação parecida no Senado.
O encontro dos grupo de lideranças do sul maranhense, e parlamentares, com o Presidente da Câmara foi o primeiro dos três atos em torno da criação do novo Estado nessa terça-feira. Depois, em torno das 15 hs eles realizaram outro ato, no Salão Branco do Congresso Nacional, na área da chapelaria, entrada das duas casas legislativas. Às 16hs eles se encontraram com o presidente José Sarney, do Senado Federal. Mais de 200 líderes do sul do Maranhão vieram a Brasília, em vôo fretado( TAM) e em dois ônibus. Os deputados federais Madeira, Terezinha Fernandes(PT), Wagner Lago(PP), Luciano Leitoa(PSB) e Washigton Luís(PT), os senadores João Alberto(PMDB) e Edson Lobão(PFL), assim como o ex-governador Ribamar Fiquene(PFL) e o ex-deputado Roberto Rocha(PSDB) marcaram presença. Segundo os organizadores "mais de 200 pessoas" vieram participar da série de eventos.
O deputado Ronaldo Dimas(PSDB-To), presidente da Frente Parlamentar da Redivisão Territorial, disse que existiram 22 casos de divisão de estados em discussão. O presidente d da Câmara disse que só(!) existiriam 17 casos em tramitação na Câmara, " tem de todo tipo inclusive propondo a divisão do Estado de São Paulo", disse. Ele chegou ao ato que se realizou numa sala contígua ao Espaço Cultural Zumbi dos Palmares após o início do evento que contou com falar de diversas lideranças, como o deputado Wagner Lago e o senador João Alberto que fizeram considerações sobre as razões pelas quais eles consideram importante a criação do novo Estado. Wagner Lago destacou que de nada adiante criar um Estado tão pobre como o atual Maranhão, salientou que a baixíssima arrecadação , " entre 2% e 3 %" do ICMS do Estado, já garantem a autorizam a criação. Ele garantiu que Jackson Lago, ex-candidato ao governo do Estado do Maranhão e ex-prefeito de São Luís(PDT), seria favorável a criação, " mesmo não tendo razões para tal pois foi o mais votado em 13 dos principais municípios da região. O senador João Alberto que falou em seguida a Lago disse que todos ali tinham posições políticas mas que era importante que todos visse que o melhor caminho seria buscar a união de propósitos.
COMITÊS – Quem fez a apresentação de abertura do presidente da Câmara foi a deputada Terezinha Fernandes, observada pelo seu marido o prefeito de Imperatriz, Jomar Fernandes. Cunha saudou a presença dos senadores e destacou a presença dos deputados. Ele salientou que seria interessante que se buscasse um caminho de união entre todos as pretensões pois se se colocasse em discussão um projeto de criação de Estado, sem outro, não se lograria sucesso. Ele defendia a criação de uma Comissão Especial. O presidente da Frente Parlamentar, Ronaldo Dimas(PSDB-TO), é contra a criação, agora, da Comissão, pois entende que esse caminho, que seria de formulação, formação de identidade e viabilidade conjunta atrasaria a postulação dos que estão mais adiantados, como é o caso do Maranhão do Sul, Carajás e Tapajós. Madeira disse que o problema não seria de quorum, como insinuou Cunha, pois " se vota tudo numa quinta e ninguém se manifestará constrário". Ele entende que não se pode confundir a pretensão dos maranhenses do sul com a de outros que " seria só papel", disse Madeira.
O presidente dos Comitês Municipais de criação do Maranhão do Sul, Fernando Antunes, falou em nome das lideranças que assinaram um documento de solicitação para inclusão na pauta de votações da Câmara Federal. Ele leu o documento assinado por diversas lideranças, maçonaria, associações comerciais, de prefeitos, de igrejas, da Assembléias de Deus, do Bispado de Imperatriz( dom Afonso Gregori), de lideranças de trabalhadores, de lideranças rurais, de deputados estaduais. Ele destacou que o novo Estado, em 10 anos, teria condições de ser um exemplo de desenvolvimento e ajudariam o crescimento do Estado mãe, o remanescente Maranhão do Norte. Ele informou que existiram cinco pólos para o novo estado - como sojicultor(Balsas), o pólo de Açailândia, de prestador de serviços( Imperatriz) , o multimodal( Esteio) e o ecoturismo. Madeira que coordenou o evento na Câmara destacou que tudo começou a partir da iniciativa iniciada pelos maçons que se reuniam nos municípios da região, que totalizam 49 sendo desses 13 pequenos muncípios. Madeira rememorou aos presentes que a criação do Maranhão do Sul só não saiu na Constituinte, em 1.988, pela falta de um único voto na famosa e histórica Comissão de Sistematização.
( Por Genésio Araújo Junior)