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- Contato Brasil, 01 de julho de 2025 16:38:45
( Publicada às 17h 00 do dia 19/06/2025)
Com BBC
(Brasília-DF, 20/06/2025). Fontes e a imprensa dos Estados Unidos informaram nesta quinta-feira, 19, que o presidente Donald Trump decidirá "em duas semanas" se o país entrará ou não na guerra contra o Irã.
A ideia de que tropas americanas se envolvam diretamente no conflito ao lado de Israel foi levantada durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
A porta-voz do presidente, Karoline Leavitt, afirmou que Trump ainda leva em consideração a possibilidade de negociações com os iranianos antes de decidir pela entrada no combate.
Trump estaria considerando um ataque americano a Fordow, uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio no Irã.
Segundo a CBS, parceira da BBC nos EUA, Trump foi informado tanto sobre os riscos, quanto sobre os benefícios de bombardear a instalação nuclear de Fordow.
O pensamento dele, de acordo com várias fontes ouvidas pela CBS, é de que desativar o local é necessário.
"Ele acredita que não há muita escolha", disse uma fonte à CBS. "Concluir o trabalho significa destruir Fordow."
Entretanto, para Gary O'Donoghue, correspondente-chefe da BBC na América do Norte, o prazo de duas semanas representa a abertura de uma "janela diplomática".
"Com todos especulando que o presidente Trump tomaria uma decisão dentro de um ou dois dias, a janela para a diplomacia foi aberta – não totalmente escancarada, mas mais do que uma fresta", escreveu O'Donoghue.
"Haverá muitos que respirarão, pelo menos parcialmente, aliviados com esse hiato — embora outros adotem uma abordagem muito mais de 'esperar para ver'".
"A experiência nos diz que este presidente pode mudar o que achamos que ele pensa em um instante, com algumas breves palavras nas redes sociais", concluiu o correspondente-chefe.
'Essa não é uma guerra americana'
O vice‑ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, afirmou mais cedo que o envolvimento dos EUA no conflito no Oriente Médio representaria "um inferno para toda a região".
"Acreditamos que essa guerra não é uma guerra americana", disse Khatibzadeh em entrevista à BBC nesta quinta-feira (19/6).
Khatibzadeh afirmou que seu país deseja diplomacia, mas que, enquanto o bombardeio continuar, "ninguém pode negociar".
"Mas se eles [os Estados Unidos] quiserem entrar nesta guerra, o presidente Trump será lembrado para sempre como alguém que entrou em uma guerra que não era sua."
O Irã cancelou negociações sobre um acordo nuclear com os Estados Unidos no último domingo ,15, justificando que precisava responder ao ataque israelense na sexta-feira ,13, anterior.
Khatibzadeh afirmou ainda que Teerã recebeu "mensagens por vias discretas" de Washington dizendo que os EUA não estão envolvidos no conflito.
Mas ele também disse que as declarações públicas de Trump são "confusas e contraditórias" e sugerem envolvimento americano.
O vice-ministro do Irã culpou Israel por iniciar o conflito "com base em especulações" de que o Irã estaria produzindo armas nucleares.
Respondendo aos comentários de Trump de que o conflito poderia ter sido evitado se o Irã tivesse aceitado o acordo nuclear, Khatibzadeh afirmou que as negociações ainda estavam em andamento quando Israel "saboteou" o processo com seus bombardeios.
O vice‑ministro também foi questionado se o Irã está desenvolvendo armas nucleares.
Mais cedo, o órgão de controle nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), declarou que o Irã acumulou urânio enriquecido a 60% — um estágio técnico próximo do grau militar (90%) —, o que poderia ser usado para armas nucleares.
"Isso é absurdo", diz Khatibzadeh. "Não se pode iniciar uma guerra com base em especulações ou intenções."
Ele culpa Israel — que ele diz possuir ogivas nucleares — por atacar instalações nucleares iranianas.
O ministro das Relações Exteriores do Irã deve se encontrar com autoridades do Reino Unido, França e Alemanha, além do chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, em Genebra na sexta-feira (20/6), segundo a agência estatal de notícias iraniana IRNA.
( da redação com informações da BBC. Edição: Política Real)