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- Contato Brasil, 18 de fevereiro de 2025 12:53:55
( Publicada originalmente às 14h 00 do dia 04/02/2025)
Com Agências.
(Brasília-DF, 05/02/2025) Nesta terça-feira, 4, a China, em retaliação a medidas anunciadas no último final de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou que irá taxar a importação de produtos e commodities americanas, como veículos, equipamentos e energia. Além disso, Pequim disse que está investigando a gigante de tecnologia Google e que incluiu o grupo PVH Corp – proprietário das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein – e a empresa de biotecnologia Illumina em uma lista de "entidades não confiáveis".
No sábado, Trump havia decretado taxas de até 25% sobre produtos do Canadá e do México, e artigos oriundos da China sofreram uma tarifa adicional de 10%, além das taxas já existentes.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, fecharam acordos independentes com Trump para a suspensão das tarifas para os próximos 30 dias. Ambos os países se comprometeram a reforçar a segurança nas fronteiras com os EUA, a fim de coibir o tráfico de drogas e armas, e o fluxo de migrantes ilegais.
As novas tarifas para a China, no entanto, foram mantidas, o que fez com que Pequim respondesse imediatamente, impondo taxas de 15% sobre o carvão e o gás natural provenientes dos EUA, enquanto petróleo bruto, maquinário agrícola e veículos foram taxados em 10%. O país também informou que deverá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
As taxas, contudo, só passarão a valer a partir do dia 10 de fevereiro. Isso dá à China e aos EUA tempo para tentar negociar um acordo.
Pequim declarou que as medidas foram uma resposta ao "aumento unilateral de tarifas" por parte de Washington, que "viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio, não resolve seus próprios problemas e prejudica a cooperação econômica e comercial entre a China e os Estados Unidos".
As tarifas chinesas, que entram em vigor na próxima segunda-feira, incluem um imposto de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, bem como uma taxa de 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas, caminhonetes e alguns carros de luxo.
"A imposição unilateral de tarifas pelos EUA é uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Não só não ajuda a resolver seus próprios problemas, como também prejudica a cooperação e o comércio normais entre a China e os EUA", diz o comunicado chinês.
A nota também descreve a ação como "um exemplo típico de unilateralismo e protecionismo comercial".
O ministério do Comércio da China anunciou que apresentará uma queixa à OMC para intervir a fim de "salvaguardar seus direitos e interesses legítimos".
O movimento de americanos e chineses ameaça uma escalada ainda maior na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A China é um dos maiores mercados de energia dos EUA. Somente em 2024, as importações de petróleo, carvão e gás natural liquefeito somaram 7 bilhões de dólares (R$ 40,7 bilhões) – valor muito inferior se comparado às importações da Rússia, que chegaram a 94 bilhões de dólares (R$ 546,2 bilhões).
Google alvo de investigação antitruste
A Administração Estatal para a Regulamentação do Mercado da China divulgou também nesta terça que abriu uma investigação contra o Google por suspeita de violação de leis antitruste – que abrange a livre concorrência e o combate a cartéis ou monopólios.
Uma vez que o Google tem presença limitada no território chinês, ainda não está claro de que forma a investigação afetará a empresa. O mecanismo de busca da gigante americana está bloqueado no país, o que também acontece com a maioria das plataformas ocidentais.
Até o momento, o Google não se manifestou sobre a mais recente investigação. A relação entre o Google e a China está bastante estremecida desde 2010, quando a empresa abandonou o mercado chinês após se recusar a atender a solicitações impostas por Pequim e também por ter sofrido uma série de ataques virtuais.
( da redação com DW e BBC. Edição: Política Real)