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- Contato Brasil, 27 de janeiro de 2025 09:42:31
( Publicada originalmente às 20 h 24 do dia 15/01/2025)
( reeditado)
(Brasília-DF, 16/01/2025) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nas redes sociais sobre o anuncio oficial de um cessar-fogo, em Gaza, na noite desta quarta-feira, 15. Ele disse que era fundamental interromper o conflito e espera uma solução duradoura. O Itamaraty, o nosso Ministério das Relações Exteriores (MRE) defendeu a “solução de dois Estados”
“Após tanto tempo de sofrimento e destruição, a notícia de que um cessar-fogo em Gaza foi finalmente negociado traz esperança. Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio.”, disse Lula.
Veja a íntegra da nota do Itamaraty:
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande satisfação, do anúncio, pelos governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Se confirmado oficialmente pelas partes envolvidas, o acordo interrompe conflito que, em 15 meses, vitimou fatalmente mais de 46 mil palestinos, com grande proporção de mulheres e crianças, e mais de 1.200 israelenses, além de mais de 160 jornalistas e 265 funcionários das Nações Unidas. O conflito causou ainda o deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas e a destruição da infraestrutura do território palestino, incluindo hospitais e escolas, gerando danos indiretos incalculáveis para gerações atuais e futuras.
O Brasil exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a garantirem a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária a Gaza, assim como a assegurarem as condições necessárias para o início do urgente processo de reconstrução de sua infraestrutura civil.
O Brasil apela pela retomada imediata do processo de paz entre israelenses e palestinos e reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.”
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a ONU está "pronta para apoiar a implementação deste acordo e ampliar a entrega de ajuda humanitária aos inúmeros palestinos que continuam sofrendo". O texto acordado inclui uma cláusula que permite a entrada diária de 600 caminhões com medicamentos, alimentos e combustíveis no território palestino.
Essa também foi a defesa do presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, que reforçou a importância de a ajuda humanitária chegar o quanto antes em Gaza. O primeiro-ministro do Catar, país que ao lado do Egito mediou as negociações, Mohammed Jassim Al-Thani, pediu que a população de Gaza tenha calma entre esta quarta-feira e o dia 19 de janeiro, quando o acordo deve começar a ter efeito.
Solução de dois Estados
Em Ancara, capital da Turquia, o ministro de Relações Exteriores do país, Hakan Fidan, afirmou que o acordo é um importante passo para a estabilidade da região, que foi pressionada pela possibilidade de uma "guerra total" após a escalada do conflito.
Segundo ele, a Turquia vai continuar a defender uma solução de dois Estados para a disputa entre israelenses e palestinos. O modelo sugere o reconhecimento da palestina como um Estado soberano, o que daria poder ao país de participar de fóruns multilaterais, por exemplo. A estratégia é rechaçada há décadas por Israel.
A constituição de um Estado palestino também foi defendida pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. "Nossa atenção deve se voltar para a forma como garantimos um futuro permanentemente melhor para os povos israelense e palestino – fundamentado em uma solução de dois Estados que garantirá segurança e estabilidade para Israel, juntamente com um Estado palestino soberano e viável."
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que as duas partes devem cumprir seus termos do acordo. "Isso traz esperança para uma região inteira, onde as pessoas têm passado por imenso sofrimento por muito tempo", disse.
A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, também afirmou que "todos que têm responsabilidade [no acordo] devem agora garantir que essa oportunidade seja aproveitada".
Alexander de Croo, primeiro-ministro da Bélgica, colocou o país à disposição para ajudar nos esforços de manter a paz na região.
( da redação com redes sociais, DW, AFP, Reuters. Edição: Política Real)