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  • 20/12/2024 06h45

    PRAGMATÍSMO: Líder sírio Ahmed al-Sharaa disse que a Síria não será uma ameaça aos vizinhos e ao Ocidente, pede que não serem visto como terroristas e concorda com o direito a educação para as mulheres

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    Foto: Imagem de Streaming

    Líder sírio Ahmed al-Sharaa

    ( Publicada originalmente às 16h 59 do dia 19/12/2024) 

    Por BBC

    (Brasília-DF, 20/12/2024). Numa ação de pragmatismo político e que deve ter assustado a Rússia, Irã e Turquia, o líder sírio Ahmed al-Sharaa diz que o país está exausto pela guerra e não é uma ameaça para os vizinhos ou para o Ocidente.

    Em uma entrevista à BBC em Damasco, ele pediu que as sanções à Síria sejam suspensas.

    "Agora, depois de tudo o que aconteceu, as sanções devem ser suspensas porque elas foram direcionadas ao antigo regime. A vítima e o opressor não devem ser tratados da mesma forma", afirmou ele.

    Sharaa liderou a ofensiva-relâmpago que derrubou o regime de Bashar al-Assad há menos de duas semanas.

    Ele é o líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o grupo dominante na aliança rebelde, e era conhecido anteriormente pelo nome de guerra Abu Mohammed al-Jolani.

    O líder sírio também defendeu que o HTS deixe de ser caracterizado como uma organização terrorista.

    O grupo é designado desse modo pelas Nações Unidas, pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Reino Unido, entre muitos outros, pois começou como uma dissidência da Al-Qaeda, do qual se separou em 2016.

    Sharaa argumenta que o HTS nunca foi um grupo terrorista.

    Segundo ele, a organização não tinha como alvo civis ou áreas civis. Na verdade, eles se consideravam vítimas dos crimes do regime de Assad.

    O líder também negou que deseja transformar a Síria em uma nova versão do Afeganistão.

    Sharaa afirma que os dois países são muito diferentes, com tradições distintas. Ele diz que o Afeganistão é uma sociedade tribal, enquanto na Síria há uma "mentalidade diferente".

    Sharaa também diz acreditar na educação para mulheres.

    "Temos universidades em Idlib há mais de oito anos", destacou Sharaa, referindo-se à província noroeste da Síria, que já estava sob controle dos rebeldes.

    "Acho que a porcentagem de mulheres nas universidades é de mais de 60%", estima ele.

    Quando perguntado se o consumo de álcool seria permitido, Sharaa afirmou: "Há muitas coisas sobre as quais eu simplesmente não tenho o direito de falar porque são questões legais."

    Ele acrescentou que haveria um "comitê sírio de especialistas legais para escrever uma constituição".

    "Eles decidirão. E qualquer governante ou presidente terá que seguir a lei", diz ele.

    Sharaa pareceu estar relaxado durante toda a entrevista. Ele vestia roupas civis e tentou contemporizar e acalmar todos que acreditam que seu grupo ainda não rompeu com o passado extremista.

    Muitos sírios não acreditam nele.

    As ações dos novos governantes da Síria nos próximos meses indicarão o tipo de país que eles vislumbram — e a maneira como desejam governar o país.

    (da redação com informações da BBC. Edição: Política Real)

     


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