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  • 02/09/2024 06h32

    Estudo da FUP aponta que Refinaria de Mataripe, na Bahia, produz menos do que na época que foi privatizada

    Baixo desempenho operacional da refinaria de Mataripe (BA) deverá se refletir no preço de recompra da empresa pela Petrobrás, entende a FUP
    Foto: site do Sindipetro Bahia

    Imagem do alto da Refinaria do Mataripe, na Bahia

    ( Publicada originalmente às 16h 30 do dia 02/09/2024) 

    (Brasília-DF, 03/08/2024) Nesta segunda-feira, 02, Federação Única dos Petroleiros (FUP), através de seu departamento econômico  que a carga de processamento de petróleo da refinaria  da antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, atual Refinaria de Mataripe é atualmente de 200 mil barris/dia, contra os 300 mil barris diários processados na data da venda da empresa.

    Privatizada em 2021, a refinaria exibe hoje resultados operacionais muito abaixo dos registrados anteriormente, durante a gestão da Petrobrás.

    O Fator de Utilização Total (FUT) da refinaria administrada pelo grupo Acelen, do fundo árabe Mubadala, é de apenas 67%, enquanto o FUT médio das refinarias da Petrobrás é hoje de 93%. O FUT leva em conta o volume de carga de petróleo processado em relação à carga de referência das refinarias (capacidade operacional).

    De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, essas informações, "que refletem a realidade de produção da refinaria", devem servir de base para os cálculos sobre valor e condições de recompra da empresa pela Petrobrás, cujas negociações estão em curso.

    "O fraco desempenho operacional da refinaria aliado ao monopólio regional privado da Acelen que pratica preços de combustíveis o segundo mais elevados do país - só perde para a também privatizada refinaria do Amazonas -, mostram que o fundo Mubadala Capital jamais deveria ter entrado na Rlam", afirma Bacelar, atento ao processo para a recompra da refinaria baiana. Bacelar lembra que a Rlam e seus ativos logísticos foram vendidos a preço de banana, US$ 1,65 bilhão, abaixo do valor de mercado, o que deverá também ser refletido no futuro acordo de compra e venda.

    "Tivemos, na Bahia, desabastecimento de derivados de petróleo, sobretudo de GLP (gás de cozinha), por barbeiragens operacionais da Acelen, e de óleo combustível, porque a empresa exportou toda a produção para abastecimento de navios (óleo bunker)", ressalta o dirigente da FUP.

    Bacelar aponta ainda fatores políticos: "O fundo Mubadala não acreditou na vitória eleitoral do presidente Lula e tampouco no fim das privatizações das refinarias e na extinção da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que levou à redução dos preços dos combustíveis praticados pela Petrobrás, pressionando para baixo os preços da Acelen, principalmente em função da refinarias Abreu e Lima (PE) e Gabriel Passos (Regap-MG). Além disso, a Acelen está tendo problemas com a compra de petróleo: ou ela está trazendo o produto importado dos países árabes ou comprando petróleo a preço internacional da própria Petrobrás".

    Diante desse cenário, Bacelar acredita que "quem deve estar ansioso para vender a refinaria da Bahia é o próprio fundo Mubadala porque está perdendo muito dinheiro, pois fez um negócio mal feito, sem avaliar a conjuntura política nacional, e açodado pela ânsia do governo passado em privatização".

    (da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)


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