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- Contato Brasil, 25 de junho de 2025 02:41:39
( Publicada originalmente às 18h 00 do dia 18/02/2024)
(Brasília-DF, 19/02/2024). O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não ficou muito satisfeito com o posicionamento do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os atos cometidos por Israel na guerra que ocorre na Faixa de Gaza.
Durante o pronunciamento oficial, o premiê israelense disse que o presidente brasileiro deveria ter "vergonha de si mesmo" e que, ao comparar os ataques israelenses ao que ocorreu no Holocausto pelos nazistas, ele estaria "desonrando a memória de milhões de judeus assassinados".
"Ao comparar a guerra de Israel em Gaza contra o Hamas — uma organização terrorista e genocida — ao Holocausto, o presidente [Luiz Inácio Lula da] Silva desonrou a memória de milhões de judeus assassinados pelos nazistas e ele demonizou o estado judeu como o anti-semita mais virulento. Ele deveria ter vergonha de si mesmo", bradou durante coletiva de imprensa.
Como fica a relação diplomática entre Brasil e Israel?
O Brasil sempre teve relações diplomáticas amigáveis tanto com Israel quanto com autoridades palestinas, sendo defensor da solução do conflito através da convivência de dois Estados: Israel e um Estado palestino.
Após os ataques do Hamas em Israel, o Brasil condenou as ações do grupo, que deixaram 1.200 mortos e 253 reféns.
Desde então, o Brasil vem criticando também a contraofensiva israelense, que já deixou 28,8 mortos na Faixa de Gaza.
A posição oficial brasileira é em favor de um cessar-fogo na região.
O Brasil também apoiou o caso da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça no passado.
A África do Sul acusou Israel de genocídio contra os palestinos na ação, que autorizada a continuar pela Corte em janeiro.
O tribunal instruiu Israel a impedir os seus militares de cometerem atos que possam ser considerados genocidas, a prevenir e punir o incitamento ao genocídio e a permitir a assistência humanitária ao povo de Gaza.
Mas o tribunal não chegou a apelar a Israel para que suspenda imediatamente as suas operações militares em Gaza, como era desejo do país africano.
A convocação do embaixador brasileiro em Israel para reunião após a fala de Lula é vista por analistas como uma "medida drástica". Espera-se que o "desconforto" gerado pela fala de Lula seja resolvido na reunião.
O ex-embaixador do Brasil em Londres e diplomata Rubens Barbosa afirmou à GloboNews que a fala de Lula foi "improvisada" e que o Itamaraty não compartilha dessa visão.
"É uma situação delicada. Eu não creio que esse incidente possa afetar as relações entre o Estado de Israel e o Estado brasileiro, porque há muitos interesses em jogo, inclusive na área de Defesa", disse Barbosa à GloboNews.
Enquanto isso, a situação em Gaza continua dramática. A Organização Mundial de Saúde disse que o hospital Nasser deixou de funcionar após um ataque israelita. As Forças de Defesa Israelense disseram que sua operação era “precisa e limitada” e acusou o Hamas de “usar cinicamente hospitais para o terror”.
O esforços para mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas têm acontecido no Cairo, mas os mediadores do Qatar disseram que o progresso recente "não é muito promissor".
(da redação com redes sociais e Sputnik News. Edição: Genésio Araújo Jr.)