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  • 05/05/2021 08h15

    CPI DA PANDEMIA: Henrique Mandetta diz que viu minuta de decreto presidencial para mudar bula da cloroquina para indicar contra o coronavirus; Barra Torres vetou

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    Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

    Henrique Mandetta ao lado de Omar Aziz e Renan Calheiros

    ( Publicada originalmente às 15h 42 do dia 04/05/2021) 

    (Brasília-DF, 05/05/2021) O ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ao ser questionado pelo senador Renan Calheiros(MDB-AL), relator da CPI da Pandemia, nesta terça-feira, 04, sobre aconselhamentos paralelos que o presidente Jair Bolsonaro(sem partido) recebia e demandava em detrimento do Ministério da Saúde, informou que foi tentado por pessoas ligadas ao Presidente ,com seu aval, no sentido de mudar a bula da cloroquina para recomendar sua aplicação contra o novo coronavirus.

    Ele disse que o presidente da Anvisa, Almirante Barra Torres, foi conta a medida.

    “Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido, daquela reunião, que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação de cloroquina para coronavírus. E foi, inclusive, o próprio Presidente da Anvisa Barra Torres, que estava lá, que falou: "Isso não".”, disse,

    Veja a íntegra do diálogo entre Calheiros e Mandetta durante a CPI:

    O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AL) – Eu já estou encaminhando para o encerramento, Presidente Omar.

    Em entrevista ao El País de agosto do ano passado, V. Sa. disse que – aspas: "Ele se aconselhava muito pouco com os ministros. Tinha um aconselhamento paralelo. E, quando você tem pessoas que te aconselham falando o que você quer ouvir, dizendo que você está certo e que isso vai acabar, não escuta a ciência". Quem eram essas pessoas a que V. Exa. se referia?

    O SR. LUIZ HENRIQUE MANDETTA – Olha, Senador, eu, por exemplo, testemunhei várias vezes reunião de ministros em que o filho do Presidente, que é Vereador no Rio de Janeiro, estava sentado atrás tomando as notas da reunião. Eles tinham constantemente reuniões com esses grupos dentro da Presidência. O Ministro da Saúde é um ministro que é convocado pelo Presidente para conversar, ele é chamado para conversar, ele é chamado para prestar as suas explicações. Eu estive dentro do Palácio do Planalto quando fui informado, após uma reunião, que era para eu subir para o terceiro andar porque tinha lá uma reunião de vários ministros e médicos que iam propor esse negócio de cloroquina, que nunca eu havia conhecido. Quer dizer, ele tinha um assessoramento paralelo. Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido, daquela reunião, que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação de cloroquina para coronavírus. E foi, inclusive, o próprio Presidente da Anvisa Barra Torres, que estava lá, que falou: "Isso não". E o Ministro Jorge Ramos falou: "Não, não, isso daqui não é nada da lavra daqui. Isso é uma sugestão". Mas é uma sugestão de alguém. Alguém pensou e se deu ao trabalho de botar aquilo num formato de decreto.

    Então, por essas questões indiretas – de: "Ah, está tendo uma reunião com outros médicos, com outras pessoas, com outros auxiliares..." –, eu imagino que ele construiu fora do Ministério da Saúde alguns aconselhamentos que o levaram para essas tomadas de decisões que ele as teve, mas eu não saberia lhe nominar a cada uma delas.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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