( Publicada originalmente às 18h 23 do dia 12/11/2020) 

(Brasília-DF, 13/11/2.020) O líder do centrão, movimento suprapartidário que reúne 135 deputados federais do PL, PP, PSD, Solidariedade, Avante, deputado Arthur Lira (PP-AL), é o único do primeiro time de seu grupo que está arriscando o prestígio numa disputa em capital de Estado, Maceió capital de Alagoas.

Lura tenta emplacar seu candidato, Davi Filho (PP), no 2º turno das eleições em Maceió.

De acordo com a última pesquisa Ibope divulgada nesaa última quarta-feira, 11, o pepista estaria no limite da margem de erro empatado tecnicamente com o candidato JHC (PSB), que aparece em segundo lugar.

O líder na pesquisa é Alfredo Gaspar (MDB), candidato apoiado pelo atual governador, Renan Filho, e pelo senador Renan Calheiros, ambos também do MDB. O Ibope diz que o emedebista tem 26%. Como a margem de erro é de até 04%, Gaspar poderia ter entre 30% e 22%. JHC teria 22%, o que poderia fazer com que o socialista tivesse também no limite da margem de erro empatado tecnicamente tanto com o candidato da família Calheiros, como com o candidato de Arthur Lira. JHC assim poderia ter entre 26% e 18%. Davi Filho, que aparece com 19%, poderia oscilar entre 23% e 15%.

A disputa acirrada entre os três candidatos para definir quem serão os contendores a passar para o segundo turno, estaria elevando a animosidade entre eles, com trocas de acusações mútuas. Mas, independente do cenário apertado das eleições em Maceió, a ida de Davi Filho ao segundo turno das eleições, e uma eventual vitória no pleito marcado para 29 de novembro, poderia apontar para um crescimento ainda mais de Lira na Câmara dos Deputados. Cotado para assumir o comando daquela Casa legislativa e suceder o hoje presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a partir de fevereiro de 2.021, Arthur Lira poderia ter como um dos seus trunfos para vencer a eleição interna dos 513 deputados, o fato de talvez ser o único a conseguir eleger um prefeito de capital.

Para evitar esse cenário, JHC afirma durante a sua campanha que “a gente não pode chegar lá na prefeitura e estar sentado lá o Arthur Lira decidindo o que vai fazer”. Segundo o socialista, “a gente não pode entregar Maceió nas mãos de irresponsáveis”, ao mesmo tempo em que também dispara contra o candidato emedebista, que, segundo ele, à época em que coordenava o antigo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), atual Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Alagoas, “não fez absolutamente nada” as acusações levantadas por ele contra alguns deputados estaduais e que estariam apoiando o nome escolhido por Lira.

“Tem duas candidaturas aí que estão se propondo a governar Maceió, que são a continuidade. Uma representa a Assembleia Legislativa, que eu combatia a corrupção, foram mais de 100 mil depósitos irregulares, dinheiro do povo indo pelo ralo e o outro candidato [que] era o coordenador do Gecoc, que [qaundo] levei todo o escândalo para ele para investigar e averiguar e ele não fez absolutamente nada. A Assembleia Legislativa só fez fortalecer ao ponto que hoje tem o seu candidato. A gente não pode pegar nossa cidade, o nosso destino e o futuro dos seus filhos, dos nossos netos, e entregar nas mãos dos Calheiros, ou de Rui Palmeira ou via Assembleia Legislativa”, disparou JHC.

Cenário de 2º turno

A pesquisa Ibope, divulgada pela TV Gazeta de Maceió, afiliada da TV Globo, apurou ainda que num cenário de segundo turno, a população de Maceió está bastante dividida em que escolher para assumir a prefeitura da capital alagoana. No primeiro cenário, JHC teria 39% das intenções de voto, contra 38% de Alfredo Gaspar. No segundo cenário, Gaspar também teria 38% contra 39% de Davi Filho. E no terceiro cenário, o socialista teria 40% contra 34% do candidato apoiado por Arthur Lira.

A pesquisa Ibope ouviu 504 eleitores entre os dias 9 e 11 de novembro. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado sob o número 00463/20. Os demais candidatos que aparecem na pesquisa foram Valéria Correia (PSOL) com 04%, Cícero Almeida (DC) e Josan leite com 03%, Ricardo Barbosa (PT) com 02%, Lenilda Una (UP) com 01%. 10% dos eleitores afirmam que votarão em branco ou nulo. Mão sabem, ou não quiseram responder, 09% dos entrevistados. Os candidatos Cícero Filho (PCdoB) e Corintho Campelo (PMN) não atingiram 01% das intenções de voto.

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)