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- Contato Brasil, 25 de abril de 2024 21:08:02
(Brasília-DF, 22/10/2021) Depois de uma reunião de pouco mais de meia hora na sede do Ministério da Economia, na Esplanada dos Ministérios, na tarde desta sexta-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro(sem partido) e o ministro Paulo Guedes fizeram declaração à imprensa. Em seguida, Guedes deu uma coletiva respondendo perguntas de alguns jornalistas. Guedes cometeu “ato falho” e disse que teriam( os políticos) procurado o presidente do BTG Pactual, André Esteves, para que ele indicasse um novo ministro da Economia, apesar de afirmar que o presiente da República nunca tratou do assunto com ele. Ficou evidente que Guedes está sob pressão da ala política para que saia do cargo. O presidente Jair Bolsonaro falou pouco e disse que não iria haver aventura na economia.
"Deixo claro a todos os senhores. Esse valor [R$ 400] decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocar em risco nada no tocante a economia", afirmou o presidente, ao lado de Guedes.
Ele fez um afago a Guedes, em gesto durante a declaração.
“Nós nos entendemos muito bem. Eu tenho confiança absoluta nele. Ele entende as aflições que o governo passa “, disse, no Ministério da Economia, ao lado de Guedes.
Paulo Guedes
O ministro da Economia após a fala breve de Bolsonaro começou a falar e falou muito.
“Tem 60 milhões de votos e quer atender caminhoneiros e 17 milhões de frágeis" e esse quadro tem de estar presente nas decisões. "Entendemos os dois lados, mas não vamos ‘tirar 10’ em política fiscal e zero em política social. Preferimos tirar ‘8’ em fiscal, em vez de ‘10’, e atender os mais frágeis.", disse.
Ele comentou que disseram que Bolsonaro não vinha querendo falar e disse que tem momento que tem que esperar.
“O barulho é tão grande que chega a ser ensurdecedor”, disse.
Guedes falou que o valor do auxílio brasil é fruto de muita pressão da ala política em diálogo com a ala técnica
“ Se for para R$ 500, R$ 600, R$ 700, esquece, aí não dá mesmo e nós vamos desorganizar a economia”, disse em pronunciamento no auditório do Ministério da Economia, ao lado de Bolsonaro. “Cabe ao presidente fazer essa arbitragem e cabe a mim fazer a avaliação de até onde pode ir.”
Paulo Guedes confirmou a indicação de Esteves Colnago para o lugar de Bruno Funchal na secretaria do Tesouro e Orçamento.
Guedes afirmou que os fundamentos f iscais não foram abalados e continuam sólidos. “Eu digo sempre que qualquer notícia tem sinal, tem informação e tem barulho. Nós tivemos muito barulho.”
Guedes afirmou que ocorrerá uma desaceleração do ajuste fiscal, “de um déficit de 1%, 1,5% no ano que vem”. “Essa posição de equilíbrio [entre política e equipe econômica] é totalmente compreensível”, afirmou.
“A licença para gastar um pouco mais foi mal interpretada”, declarou.
Bolsonaro cumprimenta Paulo Guedes antes de deixar o local da entrevista
Saida dos secretários
Ele, ao explicar a saída de quatro membros da equipe econômica, sugiu falta de experiência dos membros que não aceitam o rompimento do teto de gastos para atender o social.
“Nós entendemos os mais jovens que dizem que a linha é aqui. Nós entendemos a política que diz que não vai deixar milhões passarem fome para tirarem 10 em política fiscal”, disse. “Os nossos secretários que pediram para sair é natural.”, afirmou.
Guedes inicialmente cometeu um equívoco, anunciando André Esteves, sócio do banco BTG Pactual, para o cargo. Ele queria dizer que seria Esteve Colnago”, que veio do Governo Temer outros cargos na equipe econômica e estava como chefe das relações institucionais do Ministério da Economia no Congresso Nacional.
Depois, Guedes disse que cometeu a confusão pois soube que integrantes da ala política teriam ido atrás de Esteves no BTG para lhe perguntar quem poderia sucedê-lo à frente da Economia. Ele citou o nome de Mansueto Almeida, que foi secretário do Tesouro e hoje é diretor do BTG. Ele disse que Bolsonaro não fez pedido neste sentido por troca do comando da Economia.
Entrevista
Após a declaração de Bolsonaro e Guedes houve um aparente encerramento. Jornalistas fizeram perguntas, mas o presidente Bolsonaro não respondeu, se despediu de Guedes. O ministro da Economia retornou e falou com os jornalistas. Ele foi logo perguntado se pediu demissão do cargo em algum momento.
“Eu não pedi demissão. Em nenhum momento eu pedi demissão. Em nenhum momento o presidente disse algo.”, disse. Ele disse que existe um mais vários ministros que são contra o teto de gastos. Ele já chegou a criticar o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, de ser um “fura teto”. “Existe uma legião de fura tetos”. Ele criticou vários ex-ministros e ex-titulares de cargos em outras equipe econômicas que vêm criticando a política econômica do Governo Federal neste momento.
“Eu vejo ministro que levou a inflação a 5 mil por cento criticando responsabilidade fiscal”.
( da redação com edição de Genésio Araújo Jr)