(Brasília-DF, 15/01/2021) O presidente Jair Bolsonaro que vinha evitando entrevistas a veículos de comunicação, preferindo falar para os apoiadores e sites e canais de youtube bolsonaristas, concedeu entrevista longa ao programa “Brasil Urgente”, comandado por Luiz Datena, na TV Bandeirantes. Ele voltou a fazer duras criticas ao governador de São Paulo, João Dória, que mais cedo em coletiva de prestação de contas no Palácio dos Bandeirantes criticou o governo e o presidente face ao desempenho nesta segunda onda da covid-19, que atinge duramente a cidade de Manaus(AM). Dória chegou a chamar Bolsonaro de “facínora”.  Bolsonaro voltou a fazer referências indiretas a sexualidade do governador, disse para Dória deixar de atrapalhar o seu governo. Bolsonaro disse que Dória usa a coronaVac contra ele. Ele também acusou Dória de fazer aumento de imposto durante a pandemia.

“É hora de nos unirmos pelo bem e para o bem. Tem pessoas morrendo em Manaus por asfixia! Em abril, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o presidente não poderia interferir em estados e municípios sobre ações da covid-19. Ponto final! O que nós fizemos ao longo desse tempo todo? Ajudamos com recursos. E muitos (…)! Estamos fazendo todo o possível em Manaus apesar de o STF ter me proibido. Isso é um discursinho de um governador que durante a pandemia aumentou assustadoramente o ICMS de tudo. Não tem moral para falar de ninguém! Não quero entrar em polêmica, mas esse cara se elegeu com meu nome. Não deu dois meses e começou a me atacar de olho na cadeira presidencial. Ele que cuide da vida dele em São Paulo que eu cuido do Brasil. Se não tem o que fazer, não nos atrapalhe”, disse o presidente.

Ele voltou a falar de Manaus, disse das ações que estão sendo feitas  por seu governo para enfrentar a crise que está mantando pessoas por asfixia. Em seguida, ele voltou a criticar Dória, disse que ele não tinha moral para falar, chamou Dória de moleque, mandou ele ser homem e falou da “calça apertada”.

“Um avião já posou [em Manaus], vamos construir um hospital de campanha em tempo recorde. Já que o Doria quer falar… ele diminuiu o número de leitos de UTI para covid-19 em São Paulo. Em consequência, com o mesmo número de infectados, os hospitais que sobraram dobraram as internações. Estamos mexendo com vidas humanas! São Paulo é um dos estados que tem mais infectados. Ele tem coragem moral? Esse pilantra aí não é homem! Eu não posso interferir nas medidas contra covid-19, estou cometendo um crime por ajudar Manaus! Se esse moleque que governa São Paulo tem coragem moral, critica o STF! Estou desobedecendo o Supremo! Estou interferindo.”

Ele disse que Dória não tem mais futuro político e que se sair na rua seria linchado.

“Ele fechou São Paulo e foi para Miami! Ele se perdeu completamente por ambição. Essa passagem por São Paulo é o último capítulo da vida política dele (…). Calcinha apertada… seja homem! É duro mexer com quem tem um comportamento como ele. Nada contra a opção, mas é duro trabalhar com quem tem esse tipo de opção. Medíocre. Ele não sai na rua. Se sair vai ser linchado”, completou Bolsonaro.

Bolsonaro disse que Dória usa a coronavac contra ele e disse que ele estaria sendo “ esculachado” sobre a vacina.

“Ele está sendo esculachado sobre a vacina que queria impor. A CoronaVac aí. Nem vou falar nada, só falo depois da Anvisa decidir. Entre eu e a vacina existe a Anvisa. Respeito as leis. Acontece com qualquer medicamento que chega ao país. Ninguém bota na farmácia, tem que ter certificação. A Anvisa tem dobrado turnos para em 10 dias dizer se pode liberar as duas vacinas que pediram registro para uso emergencial ou não. É um órgão responsável. Não podemos passar por cima. É crime achar que eu ainda não comprei vacina, como se fosse comprar um carro, uma lata de sardinha (…) Esse governador inconsequente falou que vacina tinha que ser obrigatória. Coisa de canalha! Esse cara acabou de aumentar, com apoio de sua assembleia comprada, o ICMS de todo o estado, inclusive de agulhas e ampolas! É irresponsável”, afirmou.

( da redação com informações da TV Bandeirantes. Edição: Genésio Araújo Jr)