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Nordestinas
  • 26/08/2020 08h00

    EFEITOS DA CRISE: Varejo perdeu mais de 135 mil lojas no segundo trimestre, diz CNC; esse é o pior desempenho do setor desde 2016

    Saldo negativo equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais registrado antes da pandemia do novo coronavírus
    Arquivo Política Real

    CNC mostra as perdas no setor

    ( Publicada originalmente às 09h 30 do dia 25/08/2020) 

    (Brasília-DF, 26/08/2020) A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta terça-feira, 25, que a crise provocada pela pandemia do covid-19 fez com que o varejo perdesse 135,2 mil lojas – com vínculos empregatícios – entre abril e junho deste ano.  O saldo negativo no segundo trimestre equivale a 10% do número de estabelecimentos comerciais verificado antes da pandemia e supera a perda anual registrada em 2016 (-105,3 mil).

    O presidente da CNC, José Roberto Tadros, disse que a crise do setor coincidiu com a edição de diversos decretos estaduais e municipais que restringiram total ou parcialmente a circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais.

    "As vendas presenciais, historicamente a principal modalidade de consumo por parte da população, tiveram o volume muito reduzido neste período", afirma Tadros, ressaltando que, "apesar do grave quadro conjuntural no segundo trimestre, o ritmo de recuperação das vendas no comércio tem surpreendido positivamente, impulsionado por fatores como a intensificação de ações de venda via e-commerce". A previsão da CNC é que o setor chegue ao fim de 2020 com menos 88,7 mil estabelecimentos, em comparação com o ano passado, totalizando 1,252 milhão de lojas em todo o País.

    Menos e mais afetados

    Os segmentos mais atingidos pela crise se caracterizam pela predominância na comercialização de itens considerados não essenciais, como: lojas de utilidades domésticas (-35,3 mil estabelecimentos ou -12,9% do total de lojas antes da pandemia); vestuário, tecidos, calçados e acessórios (-34,5 mil lojas ou -17,0%); e comércio automotivo (-20,5 mil ou -9,9%). O varejo de produtos de informática e comunicação foi o segmento que apresentou as menores perdas absolutas (-1,2 mil) e relativas (-3,6%) no número de estabelecimentos em operação.

    Os setores menos afetados diretamente pelo isolamento social - de forma menos intensa do que a média do setor (-9,9%) - foram os casos dos hiper, super e minimercados (-4,9% ou -12,0 mil lojas) e das farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (-4,3% ou -5,3 mil). Mesmo autorizado a funcionar na maior parte do País, o segmento de combustíveis e lubrificantes foi indiretamente prejudicado pela queda na circulação de consumidores (-12,2% ou -5,4 mil pontos).

    O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, indica que a intensidade do fechamento de estabelecimentos tende a refletir os desempenhos dos segmentos do varejo em termos de volumes de venda das atividade.

    "Foram observadas perdas mais acentuadas nos ramos mais prejudicados pelas restrições ao consumo presencial". Ainda segundo ele, embora dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrem que apenas uma em cada quatro empresas comerciais tenha reduzido o quadro de funcionários em junho, o inédito fechamento de estabelecimentos com vínculos empregatícios no segundo trimestre reverberou no nível de ocupação apresentado pelo setor. "De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no segundo trimestre de 2020 foram eliminados quase 500 mil empregos formais", diz Bentes.

    São Paulo, Minas e Rio perdem mais lojas

    Regionalmente, todas as unidades da Federação registraram redução do número de pontos de venda, com maior incidência em São Paulo (-40,4 mil), Minas Gerais (-16,1 mil), Rio de Janeiro (-11,4 mil), Rio Grande do Sul (-9,7 mil) e Paraná (9,5 mil). Contudo, em termos relativos, as maiores quedas na quantidade de estabelecimentos foram observadas em Estados das regiões Norte e Nordeste: Rio Grande do Norte (-14,3%); Alagoas (-13,2%); Roraima (-12,0%); e Rondônia (-11,8%).

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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