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Nordestinas
  • 25/08/2020 08h29

    ENFRENTANDO A CRISE: Em dia que Bolsonaro e Guedes se reuniram para definir Renda Brasil e auxílio emergencial, governo mostra que maioria dos estados não cumpre teto de gastos

    Hoje, saiu a edição de 2020 do Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais
    Foto: Agencia Brasil

    Paulo Guedes foi recebido por Jair Bolsonaro

    ( Publicada originalmente às 20h 16 do dia 24/08/2020) 

    (Brasília-DF, 25/08/2020) No dia em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com o Presidente Jair Bolsonaro para definir como ficaria a renovação do auxílio emergencial e seria acertado os detalhes do programa Renda Brasil, que será o substituto do programa Bolsa Família, o Ministério da Economia divulgou nesta segunda feira, 24, a Edição de 2020 do Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, enfim, os estados e municípios não cumprem o teto de gastos que tanto o mercado cobre do Governo Federal. Tudo indica que não deverá ser anunciado nesta terça-feira, 25, como ficará a renovação do auxílio emergencial e o Renda Brasil

    Conforme aponta a edição de 2020 do Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, publicação anual elaborada pelo Tesouro Nacional tanto o resultado orçamentário quanto o resultado primário agregado dos estados melhoraram em 2019.

    Ajudam a explicar essa melhora o aumento de 7,6% da recente corrente ante 2018 – tanto as transferências quanto a arrecadação própria cresceram – e a queda de quase 19% do investimento, que mais do que compensou um aumento de 5% da despesa com pessoal.

    Renúncia Fiscal

    Um dos destaques do lado da receita é a taxa média de renúncia de ICMS, de 16,8%, sendo que 65% das renúncias são concedidas por tempo indeterminado. Do lado da despesa, nove estados, no entendimento do Tesouro, descumpriram no ano passado o limite legal de 60% entre a despesa com pessoal e a Receita Corrente Líquida: Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Tocantins, Rio de Janeiro, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraíba.

    Outro número apontado pelo Boletim é o déficit agregado das previdências, que cresce continuamente desde 2016, tendo atingido no ano passado R$ 111 bilhões. Esse aumento, avalia o Tesouro, “é indício do problema da insustentabilidade dos regimes de previdência estaduais, tendo em vista o consumo cada vez maior de recursos financeiros, que poderiam estar sendo direcionados para ampliar os serviços básicos exigidos pela sociedade".

    O desempenho dos municípios foi semelhante ao dos estados: o superávit cresceu puxado pelo aumento de 9,5% da receita corrente, mais forte que a expansão de 8,5% da despesa corrente, grupo dentro do qual se destaca o crescimento de mais de 13% do gasto com inativos.

    Comentário

    Em live sobre o tema “A situação fiscal dos entes subnacionais”, ocorrida na tarde de hoje (24/8), o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, destacou que “os estados e municípios tiveram, em 2019, o melhor resultado, tanto orçamentário, quanto primário, desde 2016, e isso é devido, em grande parte, à melhoria da receita”. Por outro lado, Funchal ressaltou que “nove estados ultrapassaram, em 2019, o limite máximo para a despesa com pessoal, que é de 60% da Receita Corrente Líquida”. O Boletim mostra o quanto se poderia economizar caso os estados conseguissem se reenquadrar. “É importante, ainda mais em período de crise, controlar a despesa com pessoal. Se todos os estados que ultrapassaram o limite prudencial conseguissem reduzir esse gasto, isso poderia gerar uma economia de R$ 35 bilhões, valor que poderia ser revertido em investimentos para a população”, destacou o secretário do Tesouro.

    Notas dos estados e capitais

    Quanto  ao ano passado, diminuiu de 11 para 10 o número de estados que podem contrair empréstimos com garantia da União, ou seja, que possuem notas A ou B para a Capacidade de Pagamento. O estado rebaixado foi o Piauí, de B para C.

    A nota de Rondônia melhorou de B para A e o estado se junta ao Espírito Santo como as duas únicas unidades da Federação com nota máxima. Na outra ponta, Rio de Janeiro, que está em Regime de Recuperação Fiscal desde setembro de 2017, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, seguem apresentando nota D para a Capag.

    O quadro é um pouco melhor nas capitais, das quais cinco atingiram nota A: Aracaju, Curitiba, Palmas, Rio Branco e Vitória. Outras oito possuem nota B, o que significa que 13 delas podem obter empréstimos com garantia da União. Nenhuma delas obteve nota D.

    A nota para a Capag é formada a partir de uma avaliação de três indicadores: endividamento, poupança corrente e liquidez. Todos os estados com notas finais C ou D, com exceção de Mato Grosso e Roraima, obtiveram nota fraca para o indicador de poupança corrente, o que sinaliza pouca margem para crescimento das despesas obrigatórias. Já entre as capitais que obtiveram Capag final C, foi o indicador de liquidez que mais puxou a nota para baixo.

    Pandemia

    O Boletim, por conta da pandemia, traz duas inovações: uma análise da despesa de pessoal por função e uma avaliação do grau de transparência dos poderes e órgãos autônomos acerca da despesa com pessoal.

    O Boletim também dedica uma seção para discorrer sobre os efeitos da pandemia da Covid-19. A arrecadação agregada de receitas tributárias dos estados e DF caiu 4,2% no acumulado de janeiro a junho deste ano em comparação com igual intervalo do ano passado, ao passo que a despesa empenhada com saúde aumentou, em média, 21,6% nessa mesma base de comparação.

    As medidas de auxílio da União, que vieram sob a forma de suporte financeiro e de suspensão de dívidas e que somarão mais de R$ 100 bilhões, “devem mais do que compensar os efeitos fiscais da pandemia”, aponta o Boletim. Na avaliação do Tesouro, “os impactos sobre a arrecadação e as despesas com saúde devem arrefecer até o fim do ano, enquanto o pacote de auxílio, por sua vez, apresenta efeitos até 2021.”

    Reforma da Previdência e Teto de Gastos

    A edição deste ano do Boletim aborda também o acordo entre a União e os estados em torno da Lei Kandir, que criou novas transferências temporárias de R$ 58 bilhões no período de 2020 a 2037, a reforma da previdência e a implantação do teto de gastos nos Estados.

    A reforma do sistema previdenciário brasileiro em 2019 previu que os estados e municípios também deveriam implementar mudanças em seus regimes próprios de previdência social. Entre os estados, 21 adequaram suas alíquotas ou já possuíam alíquotas adequadas ao previsto na emenda constitucional e 13 adequaram as regras de benefício. Entre os municípios, apenas 14% daqueles que possuem RPPS adequaram suas alíquotas.

    Quanto ao teto de gastos, ele foi descumprido por 11 dos 18 estados que estavam sujeitos a essa restrição.

    “É importante destacar o controle do crescimento das despesas públicas como instrumento para recuperação financeira, assim como a revisão de renúncias fiscais e o combate à sonegação de impostos, e o papel dos poderes e órgãos autônomos para a manutenção da melhora da situação fiscal dos entes subnacionais”, afirma o Boletim.

    Veja AQUI a íntegra da Edição 2020 do do Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)

     

     

     


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