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Nordestinas
  • 27/03/2020 07h10

    RELATÓRIO DE INFLAÇÃO: Banco Central estima que vamos zerar o crescimento em 2020; veja estimativa dos efeitos do Covid-19 na economia no Brasil

    Veja sumário do documento que tivemos acesso
    Foto: Arquivo da Política Real

    Roberto Campos Neto é presidente do BC

    ( Publicada oiginalmente às 10h 28 do dia 26/03/2020) 

    (Brasília-DF, 27/03/2020) O Banco Central(BC) divulgou agora pouco o seu Relatório Inflação. É um documento trimestral que avalia conjuntura, perspectivas e ,tradicionalmente, faz uma avaliação do Produto Interno Bruto(PIB), mas dessa vez tem um capítulo longo( 8 páginas) sobre os efeitos do Covid-19 na Economia.  O BC estima neste relatório que vamos zerar o crescimento no ano de 2020.

    “Tendo em vista as novas projeções para os componentes da demanda agregada, as contribuições da demanda interna e do setor externo para a evolução do PIB em 2020 são, ambas, estimadas em 0,0 p.p.  Finalmente, cabe destacar a elevação do grau de incerteza das projeções realizadas em ambiente de crise. Entre outros aspectos, a magnitude dos impactos da pandemia sobre a atividade econômica doméstica estará associada à gravidade e à extensão do período do surto no país e às medidas públicas que estão sendo adotadas nas diversas áreas.”, diz o texto em seu último paágrafo.

    Setores

    O BC avalia que o setor agropecuário deverá continua positivo com uma estimativa de crescimento de 2.9%.   A estimativa para a variação do setor industrial foi reduzida de 2,9% para -0,5%, com perspectiva de menor crescimento em todas as atividades em função dos efeitos do surto de COVID-19.

    O BC salienta as revisões em setores mais afetados por medidas de restrição de mobilidade: a projeção para o comércio recuou de 2,6% para -0,7%, a de transporte, armazenagem e correio, de 1,9% para -1,2%, e a de outros serviços, que engloba atividades como alojamento, alimentação fora de casa e atividades artísticas, de 2,2% para -1,1%. Segmentos como administração pública e aluguéis, com significativa representação no setor terciário, tendem a ser impactados em magnitudes relativamente menores.

    Veja a íntegra do documento, sumário , sem tabelas.

    Revisão da projeção do PIB para 2020

     

    Este boxe atualiza a projeção do Banco Central para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. As estimativas ora apresentadas refletem o conjunto de informações que estavam disponíveis até 16 de março, véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

    A projeção central para o PIB em 2020 foi revisada para estabilidade, comparativamente à estimativa de crescimento de 2,2% divulgada no Relatório de Inflação (RI) anterior. A alteração da projeção está associada, principalmente, a impactos econômicos expressivos decorrentes da pandemia de COVID-19. Adicionalmente, resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no final de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre. Em termos de trajetória, a projeção para o PIB anual considera recuo acentuado do PIB no segundo trimestre, seguido de retorno relevante nos últimos dois trimestres do ano.

    No âmbito da oferta, o crescimento esperado da agropecuária foi mantido em 2,9%, refletindo melhora nos prognósticos para a safra de grãos, compensada por redução moderada na estimativa de crescimento da pecuária, em razão dos impactos da pandemia sobre a demanda interna e externa por proteínas.

    A estimativa para a variação do setor industrial foi reduzida de 2,9% para -0,5%, com perspectiva de menor crescimento em todas as atividades em função dos efeitos do surto de COVID-19. A projeção para o desempenho da indústria de transformação passou de variação de 2,1% para -1,3%, motivada pela previsão de queda na demanda final, principalmente por bens de consumo duráveis e de capital, além da possível redução na oferta resultante das medidas de restrição de locomoção e da escassez de insumos importados em alguns segmentos. A previsão de crescimento para a indústria extrativa recuou de 7,5% para 2,4%, ante expectativa de menor demanda por minério de ferro e petróleo, em cenário de desaceleração mundial. A construção deve apresentar retração de 0,5%, comparativamente à projeção de crescimento de 3,0% em dezembro, em meio ao comportamento de maior cautela das famílias e dos empresários do setor.

    Estima-se estabilidade para o setor terciário em 2020, ante elevação de 1,7% projetada em dezembro. Destacam-se as revisões em setores mais afetados por medidas de restrição de mobilidade: a projeção para o comércio recuou de 2,6% para -0,7%, a de transporte, armazenagem e correio, de 1,9% para -1,2%, e a de outros serviços, que engloba atividades como alojamento, alimentação fora de casa e atividades artísticas, de 2,2% para -1,1%. Segmentos como administração pública e aluguéis, com significativa representação no setor terciário, tendem a ser impactados em magnitudes relativamente menores.

    Com relação aos componentes domésticos da demanda agregada, houve recuo na projeção para o consumo das famílias, de 2,3% para 0,8%, repercutindo impactos esperados da pandemia sobre o comportamento dos consumidores – maior cautela das famílias em relação aos gastos –, sobre a evolução da massa de rendimentos do trabalho, além dos efeitos decorrentes das medidas de distanciamento social e de restrições à mobilidade.

    O ambiente de maior incerteza e a expectativa de recuo acentuado da atividade econômica devem ocasionar postergação de decisões de investimentos.

    Nesse contexto, a previsão para o desempenho anual da formação bruta de capital fixo (FBCF) recuou de 4,1% para -1,1%. A projeção para o consumo do governo permaneceu praticamente inalterada (passou de 0,3% para 0,2%). Apesar da estimativa de redução de receitas, o governo tende a preservar gastos essenciais em momento de crise.

    As exportações e as importações de bens e serviços, em 2020, devem variar, na ordem, 0,9% e 0,6%, ante projeções respectivas de 2,5% e 3,8% apresentadas no RI anterior. A redução nas exportações resulta da expectativa de menor demanda externa, em virtude da desaceleração mundial causada pela pandemia, enquanto a diminuição na estimativa para as importações reflete a expectativa de redução nas projeções de crescimento da atividade doméstica, em especial da indústria de transformação e da FBCF, com o consequente decréscimo nas aquisições de insumos e de máquinas e equipamentos, bem como a perspectiva de redução do consumo das famílias. Tendo em vista as novas projeções para os componentes da demanda agregada, as contribuições da demanda interna e do setor externo para a evolução do PIB em 2020 são, ambas, estimadas em 0,0 p.p.

    Finalmente, cabe destacar a elevação do grau de incerteza das projeções realizadas em ambiente de crise. Entre outros aspectos, a magnitude dos impactos da pandemia sobre a atividade econômica doméstica estará associada à gravidade e à extensão do período do surto no país e às medidas públicas que estão sendo adotadas nas diversas áreas

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)

     


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