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Nordestinas
  • 26/03/2020 08h10

    FALA DO VICE: "A posição do governo é o isolamento e o distanciamento social", diz Mourão

    Tentando explicar o discurso do presidente Bolsonaro, o vice-presidente comentou que o objetivo do presidente era deixar claro a preocupação com a economia, mas que da forma que ele colocou, "não foi boa"
    Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

    Antonio Mourão em dia que chega na Vice; hoje, estava no norte do Brasil

    ( Publicada originalmente às 20j h 39 do dia 25/03/2020) 

    (Brasília-DF, 26/03/2020) O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira, 25, que a posição do governo federal com relação aos cuidados para evitar uma proliferação do novo coronavírus (Covid-19) em todo o território brasileiro continua sendo o do "isolamento e distanciamento social".

    A declaração aconteceu após ser questionado sobre o discurso em cadeia de rádio e televisão que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) realizou na noite dessa terça-feira, 24, em que afirmou que os governadores e prefeitos precisam acabar com as medidas restritivas de circulação de pessoas e suspensão de boa parte do comércio, ao mesmo tempo em que classificou a doença que já matou mais de 20 mil pessoas em todo o planeta e infectou mais de 460 mil seres humanos como um "resfriadinho".

    "A questão da orientação do nosso governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é o isolamento e o distanciamento social. Está sendo discutido e ontem (24) o presidente buscou colocar e aí ele pode ter colocado de uma forma, digamos assim, que não foi boa. Mas o que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos que é com a segunda onda que se soma a questão do coronavírus", comentou.

    "Nós tivemos a primeira onda, da [consequência sobre a] saúde, e agora nós temos a segunda onda que é a questão econômica e, uma vez, que toda vez que a atividade econômica desce e o país praticamente cai na anemia, nós não podemos correr o risco de uma forte inquietação social, principalmente, nas áreas mais isoladas. Mas, tem que ficar claro que realmente a posição do governo é, até o presente momento, o isolamento e o distanciamento", complementou.

    Relação com os governadores

    Também perguntado sobre como fica a relação do governo federal com os governadores após o pronunciamento feito por Bolsonaro que acusou os gestores estaduais de adotar medidas sem necessidade, o general Mourão disse apenas que a relação dele com os governos que integram a região da Amazônia Legal, da qual ele presidente o Conselho Nacional da Amazônia Legal, é o melhor possível.

    "Ainda vai se discutir a questão de prazo e até onde isso [medidas restritivas] poderá ser levado da forma como está sendo colocado. Em relação aos governadores da Amazônia, pontualmente, eu estive com cada um deles, onde expliquei os objetivos e qual seria a participação dos governos estaduais e, em consequência, tive a melhor resposta possível de todos esses governadores. Na próxima semana pretendo me reunir com os governadores para ouvir deles o que precisa ser mudado, com fundamentos, obviamente", comentou.

    Medidas adotadas

    Na oportunidade, o vice-presidente informou ainda as medidas que foram adotadas pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal nesta quarta-feira, 25, para evitar o contágio do novo coronavírus na região, assim como para propiciar aos povos amazônicos uma melhor prestação nos serviços públicos a fim de evitar o desmatamento da floresta e a realização das queimadas ilegais.

    "Nós criamos o Conselho de Saúde e de Cidadania exatamente para trabalhar essa questão do Covid-19 na Amazônia, notadamente no interior da Amazônia, onde o atendimento é precário, difícil de se fazer, com populações ribeirinhas em que os braços do Estado chegam de forma insuficiente. Nós elegemos dentro de toda série de problemas que existem na Amazônia, com prioridade, o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, bem como a questão do combate a Covid-19", contou.

    "Então entre as oito ações imediatas, eu destaco: a implementação do plano de comunicação social, a ativação do gabinete de prevenção ao desmatamento e às queimadas ilegais, as ações de prevenção ao Covid-19 na Amazônia Legal, o acompanhamento da execução do programa Floresta Mais que está sendo assinado entre hoje e amanhã (26) que é um apoio, um convênio, com as Nações Unidas para o desenvolvimento [sustentável da região] em torno de U$ 100 milhões (R$ 504 milhões)", explicou,

    "[Vamos também promover] a reativação do Fundo Amazônico de lançamento internacional, o fortalecimento da organização do tratado de cooperação da Amazônia, o fortalecimento do núcleo da Força Nacional Ambiental e, bem como, trabalharmos juntos ao Congresso Nacional no sentido de aprovar emendas constitucionais e outros pertinentes à Amazônia. E que serão implementadas desde já", pontuou.

     

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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