( Publicada originalmente às 12h 15 do dia 25/03/2020) 

(Brasília-DF, 26/03/2020) Os líderes dos partidos da oposição (PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade) ao governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmaram nesta quarta-feira, 25, que o chefe do Executivo  agiu "com irresponsabilidade" ao "desinformar" a população durante o seu pronunciamento realizado na noite desta terça-feira, 24.

Se posicionaram assim, os líderes do PT - Ênio Verri (PR), do PDT - Wolney Queiroz (PE), do PSB - Alessandro Molon (RJ), do PSOL - Fernando Melchiona (RS), do PCdoB - Perpétua Almeida (AC), da Rede - Joênia Wapichana (RR), da minoria - José Guimarães (PT-CE) e da oposição - André Figueiredo (PDT-CE).

"Indignados", os oito líderes oposicionistas, incluindo os que falam por toda a oposição e minoria, comentaram também que o presidente brasileiro foi "omisso" em seu discurso ao demonstrar que estaria a serviço dos interesses "de alguns grandes empresários que almejam o lucro acima de tudo e passam, por cima, das orientações sanitárias com base científica".

"Em meio a uma grave crise econômica e de saúde pública, precisamos que cada poder atue com responsabilidade e respeito à Constituição. Bolsonaro menospreza a crise na saúde e os perigos da Covid-19, colocando milhares brasileiros em risco. O governo federal deveria liderar esforços, gerar sintonia entre os entes federados, mobilizar os recursos necessários e conscientizar a população das melhores práticas. Bolsonaro faz o contrário. Desinforma, enfrenta a ação de governadores e prejudica os esforços dos profissionais da saúde", escreveram os líderes em nota conjunta intitulada "em defesa da vida".

"Na contramão do conhecimento científico, das orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde] e das experiências de outros países, Bolsonaro age com irresponsabilidade quando questiona medidas como o isolamento social e a suspensão de atividades laborais e educacionais. É uma agressão usar a cadeia nacional para fazer ataques à imprensa e desinformar os cidadãos. Precisamos de uma agenda ativa e corajosa, com ações que priorizem o apoio aos que mais precisam, tanto na saúde quanto na garantia de renda dos brasileiros", complementam os líderes oposicionistas.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)