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Nordestinas
  • 11/03/2020 08h10

    “Nós não podemos jogar lenha nessa fogueira”, diz Maia sobre declarações de Bolsonaro

    Segundo presidente da Câmara, fazer o jogo do presidente brasileiro “vai colocar mais brasileiros na pobreza, tirar mais crianças das escolas e gerar mais brasileiros no subemprego”
    Foto: Agencia Câmara

    Rodrigo Maia

    ( Publicada originalmente às 17h00 do dia 10/03/2020) 

    (Brasília-DF, 11/03/2020) O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 10, que ele não pode cair nas provocações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que declarou apoio no último sábado, 07, às manifestações convocadas por seus apoiadores para o próximo domingo, 15, contra “os políticos de sempre”.

    De acordo com Maia, fazer o jogo do presidente brasileiro, “nós não podemos jogar lenha nessa fogueira”. Segundo ele, mais “lenha nessa fogueira vai colocar mais brasileiros na pobreza, vai tirar mais crianças das escolas e vai gerar mais brasileiros trabalhando no subemprego, sem carteira assinada e sem proteção social. [E] é isso que tem que ser o nosso objetivo”, destacou.

    “Na minha opinião, é claro que vocês estão fazendo a cobertura e sabem o que o presidente vem dizendo. O que eu estou dizendo é o seguinte: se nós entrarmos neste conflito, nós vamos estar jogando e estar ajudando o governo a entrar numa recessão. E nós não podemos ser parte disso. É por isso que a gente tem que ter a mesma paciência, o mesmo equilíbrio que o parlamento teve no ano passado”, falou.

    “Quando todo mundo achou que num determinado momento que não se votava mais nada aqui, nós aprovamos uma reforma da Previdência histórica nas duas Casas sobre o meu comando e do presidente Davi. Então eu acho que esse tem que ser o mesmo objetivo”, complementou.

    Pibinho

    Na oportunidade, Maia avaliou, ainda, que o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2.019 no primeiro ano de governo do presidente Bolsonaro resultou de ambientes controversos criados pelo chefe do governo como as polêmicas em torno do enfraquecimento dos órgãos ambientais e na falta de sintonia entre o Poder Executivo com o Poder Judiciário e Legislativo.

    “Vamos ao que interessa. Nós temos 52 milhões de brasileiros vivendo com U$ 5,00 (R$ 23,40) por dia. Vamos tratar do que é sério, não é? O que é urgente para o brasileiro. O Brasil no ano passado projetava um crescimento de 2,5% e cresceu 1%. Por que o Brasil que projetava um crescimento de 2,5%, numa aprovação de uma reforma que poucos esperavam que fosse do tamanho que foi, que foi a previdenciária, mesmo assim nós não conseguimos garantir o crescimento de 1% do PIB”, comentou.

    “Quais foram as variáveis que influenciaram isso? Essa discussão que, claro, muitos economistas fazem. Eu acho, claro, que nós temos um sistema tributário de péssima qualidade e uma economia que tem uma infraestrutura de péssima qualidade que segura crescimento, mas também os conflitos que nós tivemos no ano passado, as dúvidas do parlamento no ano passado, os conflitos que se mantém, infelizmente, esse ano, é óbvio que esses conflitos para quem vai investir a médio e a longo prazo, é claro que geram insegurança e, certamente, tiveram parte de culpa na queda de projeção do resultado final”, completou.

    Novo Fundeb

    Tentando não polemizar com o presidente da República, Maia indicou que o parlamento tem que se debruçar em pautas interessam e esquecer os temas que não interessam. Segundo ele, interessa ao parlamento abordar matérias como a que renovará o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que vence no próximo 31 de dezembro de 2.020.

    “Eu acho que dos 2,5%, esse 1,5% que nós perdemos certamente uma parte disso tem relação com o meio ambiente, na falta de harmonia entre os poderes e sem dúvida nenhuma acontecem. O que a gente espera e, por isso, eu acho que a minha resposta está atrelada ao que é fundamental e nós temos que cuidar destes 52 milhões de brasileiros que vivem com U$ 5,00 por dia”, emendou.

    “Nós queremos juntos com a comissão especial do Fundeb conseguir mais recursos para a educação básica. Nós perdemos 1,2 milhão de alunos na educação básica neste ciclo todo que param de estudar e, quer dizer, é um drama para o Brasil e para o futuro. Então essas são as pautas que devem e são a prioridade do parlamento brasileiro e que foram no ano passado e que certamente será neste ano”, finalizou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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