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Nordestinas
  • 17/01/2020 13h21

    Bolsonaro decide exonerar Roberto Alvim da secretaria especial de Cultura

    Pedido da comunidade judaica foi decisivo
    Foto: Ag. Brasil

    Presidente Jair Bolsonaro divulgou nota dizendo que presença de Alvim é insustentável

    (Brasília-DF, 17/01/2020) Depois de ampla repercussão negativa e de seguidas declarações de autoridades considerando as declarações do secretário especial de Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim, como mais que ofensivas, mas repugnantes e inadmissíveis , o presidente Jair Bolsonaro divulgou nota anunciando que não era mais possível a presença de Alvim no Governo, mas deixou claro que sua prevalência seria por conta de pedido da comunicade judaica.

    Veja a íntegra da nota divulgada agora pelo presidente da República:

    NOTA

    - Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência.

    -  Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas.

    - Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum.

    Presidente Jair Bolsonaro

    Autoridades

    O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre(DEM-AP), disse estar no interior do Amapá, participando da retomada do programa Luz para Todos, e que recebeu a notícia do discurso do secretário, o qual classificou como "acintoso, descabido e infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista".

    "Como primeiro presidente judeu do Congresso Nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo. É  totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação e Propaganda de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade", criticou o senador.

    O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também se manifestou sobre o assunto. “Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à comunidade e judaica.”

    No vídeo, Alvim fala sobre o lançamento do Prêmio Nacional das Artes, e sobre o que seria o ideal artístico para a pasta. Como música de fundo, o secretário escolheu uma ópera de Wagner, compositor preferido do líder nazista, Adolph Hitler.

    "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", disse Alvim.

    Em um pronunciamento, Goebbels havia dito que "a arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".

    A Embaixada da Alemanha no Brasil, em publicação no Twitter, destacou que o governo alemão se opõe "a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo". "O período do nacional-socialismo é capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo", diz a mensagem.

    A Confederação Israelita do Brasil (Conib), em nota, diz considerar "inaceitável o uso de discurso nazista pelo secretário". "Goebbels foi um dos principais líderes do regime nazista, que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e dos aliados nazistas a ponto de cometerem o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, entre tantas outras vítimas", diz o texto.

    ( da redação com informações de assessorias e Twitter. Edição: Genésio Araújo Jr)


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