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Nordestinas
  • 15/01/2020 06h31

    Bolsonaro, sobre indicação de “Democracia em Vertigem” ao Oscar, diz que é obra “para quem gosta do que urubu come”; ele admitiu que não viu a obra

    Presidente brasileiro falou que escolha do documentário da cineasta Petra é “obra de ficção”; ele foi na mesma linha dos tucanos
    Foto: José Cruz/ Ag. Brasil

    Bolsonaro disse que não viu o documentário, mas criticou

    ( Publicada originalmente às 12h 57 do dia 14/01/2020) 

    (Brasília-DF, 15/01/2.020) A indicação do documentário “Democracia em Vertigem” da cineasta mineira Petra Costa para concorrer ao Oscar 2.020 foi considerada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, uma carniça. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, 14, ele classificou a obra como “para quem gosta do que urubu come”.

    Para o presidente brasileiro, a escolha do documentário que aborda a situação política no Brasil a partir do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2.016, é uma “obra de ficção”. Bolsonaro foi na mesma linha adotada pela direção nacional do PSDB. Em postagem nas redes sociais nesta segunda-feira, 13, o perfil da executiva nacional dos tucanos no “twitter” também classificou a obra como ficcional e de “fantasia”.

    “[Esse filme é uma] ficção. [É] para quem gosta do que o urubu come, é um bom filme. Outra pergunta aí”, se resumiu a responder ao sair do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. “Eu vou perder tempo com uma porcaria dessa? Outra pergunta aí”, complementou dizendo que não assistiu e nem assistirá ao documentário que traz uma entrevista sua quando deputado federal.

    Novos ataques tucanos

    Em postagem nesta terça-feira, 14, a direção nacional do PSDB voltou a atacar a escolha da obra cinematográfica para concorrer ao maior prêmio do cinema mundial que traça um cenário da situação política brasileira a partir das consequências do processo de impeachment da ex-presidente Dilma, em 2.016.

    “Veja o que ficou de fora no ‘documentário’ de Petra Costa, indicado ao Oscar: milhões de brasileiros (de Norte a Sul) pedindo o impeachment, negociata entre Dilma e Lula para evitar a prisão, pedaladas fiscais condenadas pelo TCU, maior crise econômica da história, toma-lá-dá-cá dilmista para se salvar, frases e pensamentos bizarros da presidente minando sua credibilidade, paralisia nos programas sociais, mentiras na campanha [de 2.014], aumento vertiginoso da pobreza e do desemprego, e também o grito de ‘volta Dilma’”, publicou o partido que tem como presidente o ex-deputado federal pernambucano, Bruno Araújo.

    Em resposta aos ataques sofridos pela sua obra, a cineasta Petra Costa publicou na manhã desta terça-feira, 14, que acordou e pode verificar que a indicação do seu filme-documentário a categoria homônima do Oscar 2.020 acontecido nesta segunda-feira, 13, “não era um sonho”. E que as ironias de setores da sociedade brasileira que não gostaram da escolha da sua obra como representante do cinema brasileiro na maior cerimonia do cinema mundial só comprova o quanto o Brasil e os brasileiros seguem polarizados desde o impeachment da ex-presidente Dilma, uma das teses do seu filme.

    “Fico honrada em representar o Brasil nessa disputa, e agradeço o apoio de muitos. É uma pena que tenha gente [fala respondendo uma pergunta sobre como via o secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, e o PSDB que disseram que ‘Democracia em Vertigem’ deveria estar indicado na categoria de ‘ficção’ e de ‘fantasia’] que, por incapacidade ou má intenção, não distingue a ficção da realidade”, comentou Petra Costa em entrevista ao jornal “O Globo”.

    (por Humberto Azevedo, especial para Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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